O dólar encerrou esta segunda-feira (9) em alta de 0,18% , cotado a R$ 6,0820, registrando um novo recorde nominal. O maior valor de fechamento anterior havia sido registrado na última sexta-feira (6), quando a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 6,0713.
A alta ocorre em um cenário de incertezas, com investidores atentos aos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos , além da expectativa pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro , que acontece nesta quarta-feira (11).
Movimento do dólar e do Ibovespa
Durante o dia, o dólar chegou à máxima de R$ 6,0899. Com o resultado, a moeda acumula:
- Alta de 0,18% na semana;
- Ganho de 1,36% no mês;
- Avanço de 25,34% no ano.
No mercado, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava em alta de 1,05% no fim da tarde, atingindo 127.259 pontos. Na última sexta-feira, o índice havia caído 1,50%, fechando em 125.946 pontos. No acumulado, o Ibovespa registra:
- Avanço de 0,22% na semana e no mês;
- Queda de 6,14% no ano.
Fatores que influenciam os mercados
Os mercados iniciam a semana atentos a uma série de indicadores econômicos. No Brasil, o destaque é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), previsto para divulgação nesta terça-feira (10), que deve apontar os próximos passos do Banco Central na condução da taxa Selic.
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira mostrou nova elevação na projeção de inflação para 2024, agora em 4,84%, acima do teto da meta de 4,50%. Diante desse cenário, analistas acreditam que o Copom deve optar por um novo aumento na Selic.
No cenário internacional, o foco está na inflação ao consumidor dos Estados Unidos, também prevista para esta semana. Os dados influenciam as decisões do Federal Reserve (Fed), que pode continuar a reduzir os juros diante da desaceleração econômica e do enfraquecimento do mercado de trabalho.
Na última sexta-feira, o relatório de emprego dos EUA (payroll) revelou a abertura de 227 mil vagas no setor não-agrícola em novembro, com a taxa de desemprego subindo para 4,2%.
A chegada do presidente eleito Donald Trump à Casa Branca em 2025 traz preocupações adicionais para o comércio global. Trump voltou a indicar que pretende aumentar tarifas para a China e outros parceiros comerciais, priorizando a proteção da indústria local, mesmo com possíveis impactos inflacionários.
Na Ásia, os dados de preços ao consumidor e no atacado na China reforçam sinais de desaceleração econômica. Em resposta, o governo chinês anunciou novos incentivos fiscais e monetários para 2025.
Na Europa, investidores aguardam decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), enquanto tensões geopolíticas na Síria seguem no radar.
Em um cenário de expectativas e incertezas, os mercados refletem a combinação de fatores domésticos e internacionais que devem continuar ditando o ritmo dos próximos dias.