Bets são um fenômeno em diferentes países
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Bets são um fenômeno em diferentes países

O crescimento vertiginoso das bets no Brasil levou à recente regulamentação da atividade pelo Ministério da Fazenda - motivada, entre outros fatores, pelo potencial de dano financeiro e psicológico que ela pode acarretar. Entretanto, essa preocupação não se limita aos brasileiros: uma estimativa do banco Goldman Sachs apontou que, apenas em outubro de 2023, os americanos gastaram mais de 1 bilhão de dólares em bets.

Assim como no Brasil, as apostas esportivas foram legalizadas em todo o território dos Estados Unidos em 2018, mas uma decisão da Suprema Corte garantiu às unidades federativas o direito de regularem sobre o tema de forma independente. Sendo assim, hoje, as bets são legalizadas em 38 dos 50 estados.

Segundo a empresa de análise Comscore, os Estados Unidos está entre os países que mais faturam com o mercado de apostas esportivas, junto ao Brasil e à Inglaterra. A projeção do Goldman Sachs é que o setor cresça até alcançar, num futuro próximo, a marca de R$ 45 bilhões de dólares por ano.

A escalada das bets nos Estados Unidos também acendeu um alerta sobre os efeitos da prática na saúde mental e financeira da população. Um estudo realizado por Brett Hollenbeck, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e Poet Larsen e David Proserpio, da Universidade do Sul da Califórnia, concluiu que a saúde financeira dos moradores dos estados onde as bets são legalizadas piorou em comparação aos locais onde elas seguiam proibidas.

Epidemia global das bets

A Alemanha também tem assistido à escalada das bets: legalizadas no país desde 2020, alcançaram uma receita de 1,4 bilhão de euros em 2 anos. A informação é do Atlas dos Jogos de Azar 2023, elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Interdisciplinar sobre Vícios e Drogas em Hamburgo (ISD), do Centro Alemão para Questões do Vício em Hamm (DHS) e da Universidade de Bremen, financiados pelo Ministério da Saúde.

No país europeu, a discussão sobre a atividade se volta principalmente à questão publicitária. Inspirados na legislação belga e italiana, que proíbem as empresas de apostas esportivas de patrocinarem times ou veicularem propagandas em diferentes meios, deputados alemães têm estudado a proibição da publicidade das bets.

Além disso, o relatório dos Jogos de Azar 2021 apontou que há 4,6 milhões de adultos viciados ou sob risco iminente de se viciar em jogos na Alemanha, sendo os homens de 21 a 35 anos e pessoas com histórico de imigração as mais afetadas pelo vício.

Já na Argentina, o problema afeta principalmente os jovens. Legalizadas em 17 províncias, as bets já foram realizadas por 22% dos jovens de 15 a 29 anos no país vizinho e, destes, 25% gastaram nas bets dinheiro destinado a outra finalidade, segundo uma pesquisa online. 

A adoção de controles mais rígidos para acessar os sites de aposta teve o apoio de 41,8% dos participantes, e 71,7% apoiariam uma campanha de prevenção direcionada a jovens.

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