"Dinheiro esquecido": prazo para sacar saldo no SVR termina amanhã

De acordo com o BC, há um total de R$ 8,6 bilhões disponíveis para resgate

Conforme informações do Banco Central, uma única pessoa possui R$ 11,2 milhões em valores esquecidos no SVR
Foto: PEDRO LADEIRA
Conforme informações do Banco Central, uma única pessoa possui R$ 11,2 milhões em valores esquecidos no SVR

Os consumidores que têm  "dinheiro esquecido" no  Sistema de Valores a Receber (SVR)  do  Banco Central  do Brasil têm até esta quarta-feira (16) para realizar o saque. De acordo com o BC, há um total de R$ 8,6 bilhões disponíveis para resgate. Este sistema permite que pessoas físicas e jurídicas , incluindo falecidos, verifiquem se deixaram valores pendentes em bancos, consórcios ou outras instituições.

O prazo de 30 dias para o resgate começou em 16 de setembro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.973/2024, que aborda a  reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia até o final de 2024.

O projeto já tinha passado pelo Congresso Nacional e determina que os valores não resgatados por cidadãos e empresas sejam incorporados ao Tesouro Nacional. Os clientes terão 30 dias para contestar a inclusão desses valores pelo Tesouro, contados a partir da publicação de um edital pela pasta.

Além disso, a Fazenda esclareceu que, mesmo assim, os interessados terão seis meses para reivindicar judicialmente seus direitos sobre os depósitos.

Se não houver contestação, os valores se tornarão receita orçamentária primária de forma definitiva, sendo considerados para o cumprimento da meta de resultado primário.

Valores a receber

Conforme informações do Banco Central, uma única pessoa possui R$ 11,2 milhões em valores esquecidos no SVR. Entre as empresas, o maior montante disponível para resgate é de R$ 30,4 milhões. O maior saque já realizado por uma única pessoa física foi de R$ 2,8 milhões, feito em julho de 2023.

Confira os maiores valores já resgatados por pessoas físicas:

  • R$ 2,8 milhões, em julho de 2023;
  • R$ 1,6 milhão, em março de 2022;
  • R$ 750 mil, em março de 2023.

Entre as pessoas jurídicas, a lista é a seguinte:

  •  R$ 3,3 milhões, resgatados em março de 2023;
  •  R$ 1,9 milhão, em junho de 2023;
  •  R$ 610 mil, em setembro de 2024.

Segundo o BC, há 940.024 pessoas que têm mais de R$ 1.000,01 a receber. Além disso, 5,2 milhões possuem entre R$ 100,01 e R$ 1.000 esquecidos. A maioria dos beneficiários está na faixa de até R$ 10, totalizando 33 milhões de pessoas.

Os dados, atualizados em 7 de outubro, consideram o total de contas, já que uma pessoa pode ter múltiplas contas com dinheiro esquecido. Abaixo está a distribuição de beneficiários por faixa de valores a receber:

  •  Acima de R$ 1.000,01: 940.024 contas (1,80% do total);
  •  Entre R$ 100,01 e R$ 1.000,00: 5.199.838 contas (9,94% do total);
  •  Entre R$ 10,01 e R$ 100,00: 13.100.665 contas (25,05% do total);
  •  Entre R$ 0,00 e R$ 10,00: 33.054.663 contas (63,21% do total).

Como verificar o dinheiro esquecido

Para consultar se há valores a receber e saber como solicitar a devolução, o único site disponível é este .

Os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave Pix para a devolução. Se não tiver uma chave cadastrada, é necessário entrar em contato com a instituição para definir a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para realizar a solicitação.

No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultar. Também será necessário preencher um termo de responsabilidade.

Após a consulta, os interessados devem entrar em contato com as instituições que têm valores a receber e verificar os procedimentos a seguir.

Recomendações para evitar golpes

O Banco Central alerta que a primeira medida para evitar golpes é não clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram. A instituição destaca que não envia links nem contata indivíduos para discutir valores a receber ou confirmar dados pessoais.

"Somente a instituição que aparece na consulta aos valores a receber que pode contatar seu cliente, principalmente no caso de pedido de resgate de valores sem indicar uma chave Pix. Mas ela nunca irá pedir os dados pessoais ou sua senha", diz o BC.

Além disso, a instituição orienta a não fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. Também reforça que não existe a opção de receber algum valor pelo uso de cartões de crédito.

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