Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, recebe do ministro Fernando Haddad a reforma tributária
Lula Marques/ Agência Brasil - 24/04/2024
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, recebe do ministro Fernando Haddad a reforma tributária

O grupo de trabalho encarregado de debater o projeto que regulamenta parte da  reforma tributária na Câmara dos Deputados divulgará hoje, quinta-feira (4), seu parecer detalhado sobre a implementação de dois novos impostos.

O documento aborda a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), do CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do Imposto Seletivo (IS). Os dois primeiros compõem o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e estão projetados para substituir cinco tributos atualmente incidentes sobre o consumo: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

Inicialmente proposta pelo governo, a iniciativa foi encaminhada à Câmara, onde o presidente Arthur Lira (PP-AL) optou por formar um grupo de trabalho para analisar possíveis ajustes no texto. A votação está agendada para a próxima semana.

"É evidente que a linha geral da PEC [tributária] aprovada e do projeto de lei complementar enviada pelo governo não comporta 800 mil alterações como foram sugeridas. Existe uma sensibilidade para realizar correções, melhorar a técnica legislativa, ajustar parâmetros e atender setores cruciais para o desenvolvimento do país", afirmou Lira.

Outro projeto complementar que aborda a reforma tributária e estabelece o funcionamento de um comitê gestor está programado para votação em agosto, conforme anunciado pelo presidente da Câmara.

Pressão

Diversos setores exerceram pressão por alíquotas tributárias mais favoráveis. O mercado imobiliário, por exemplo, pleiteou um desconto de 60% nas alíquotas de IBS e CBS, enquanto o Ministério da Fazenda sugeriu um desconto de 20%.

O setor de saúde animal também buscou tratamento equiparado ao oferecido aos serviços de saúde humanos, com um desconto de 60% nas alíquotas dos impostos.

O mercado de produtos pet alertou aos membros do grupo de trabalho sobre um possível aumento significativo na carga tributária resultante da reforma, o que poderia pressionar os preços do setor.

Alíquota

A proposta inicial do governo prevê uma alíquota média de 26,5% para o IVA. Contudo, eventuais ajustes no texto podem alterar essa alíquota para cima ou para baixo.

Os integrantes do grupo de trabalho afirmaram nas últimas semanas que o objetivo é manter a alíquota sem alterações significativas.

“Temos limites para manutenção de um nível de alíquota que seja o menor possível. Veio do governo em torno de 26%, se nós pudermos, vamos reduzir ou manter. Mas nosso trabalho é para que reduza a alíquota geral para todo mundo”, afirmou Lira.

Ajustes

O grupo de trabalho realizou ajustes na tarifa nas últimas semanas. A discussão mais intensa se deu em torno da carne. Os deputados que atuam na regulamentação da reforma tributária alegam que já estavam trabalhando para encontrar meios para zerar o imposto desse tipo de alimento, colocando-o como item da cesta básica.

Mas o grupo não gostou da pressão feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cobrou publicamente que a carne "que o povo come" fosse isenta.

"Eu acho que a gente precisa colocar a carne na cesta básica, sim, sem que haja imposto. Você pode separar a carne, você pode selecionar a carne. Vai comprar coisa importada, chique, tem que pagar imposto", disse Lula.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestou em linha contrária às declarações do chefe do Planalto.

“Não tem polêmica com relação à carne. Nunca houve proteína na cesta básica. Se couber a gente vai ter que ver quanto a inclusão representa na alíquota que todo mundo vai pagar”, disse.

Ele seguiu: “Proteína, só a carne dá quase 0,57% de alíquota. É um preço pesado para os brasileiros".

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