Lula criticou também a desoneração da folha de pagamento
Agência Brasil
Lula criticou também a desoneração da folha de pagamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (26), a política econômica do governo federal, e prometeu fazer uma "pente-fino" nos gastos , criticando o "nervosismo" do mercado financeiro. Além disso, ele garantiu que o país vai "mudar de padrão" quando a reforma tributária for aprovada. As declarações foram dadas em entrevista ao portal Uol.

"O Orçamento da União é um bolo de arrecadação, você tem que distribuí-lo. Nós queremos fazer política de inclusão social que permita o crescimento das pessoas. O que nós estamos fazendo agora é uma análise de onde tem gasto exagerado, sem levar em conta o nervosismo do mercado, e sim uma política de investimento", declarou.

Segundo ele, haverá um debate com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para averiguar se há necessidade de cortes orçamentários ou se é caso de aumento na arrecadação. 

"Gasto está sendo bem feito? Acho que está. Nós estamos fazendo uma análise de onde tem gasto exagerado, que não deveria ter, onde tem pessoas que não deveriam receber e estão recebendo", disse o presidente.

"O problema não é que tem que cortar, o problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão", explicou Lula, que completou: "Problema no Brasil é que a gente diminuiu muito a arrecadação."

Desoneração da folha

Lula também criticou a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia: "Se eu desonerar uma empresa, tem que haver uma contrapartida ao trabalhador, senão eu estou beneficiando apenas o empresário. E aqui no Brasil se há um projeto de desoneração por 5 anos, depois aprovam um projeto de mais 5 anos, e assim por diante". 

Questionado sobre a alta na inflação de alimentos, o presidente prometeu debater no âmbito da reforma tributária uma taxação mais eficiente dos produtos da cesta básica, onerando mais os alimentos de alto padrão. 

Taxa de juros

Em meio a críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, Lula disse que ainda não pensa no nome que irá substituí-lo . Ele também afirmou que não indicará o próximo comandante da autoridade monetária pensando em um nome que agrade ao mercado financeiro. 

Questionado sobre os nomes de Guido Mântega e Aloísio Mercadante, Lula reafirmou que escolherá o próximo nome de acordo com "os interesses do Brasil", e que o "mercado precisa se adaptar a isso". 

Além disso, voltou a questionar a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,5%

"É preciso que os empresários do setor produtivo, ao invés de reclamar do governo, deveriam fazer passeata contra a taxa de juros, porque são eles que estão sofrendo com isso. Nós precisamos caminhar para uma taxa compatível à necessidade do país crescer, ao mesmo tempo em que mantém a inflação controlada", disse Lula.

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