O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, 17 de junho de 2024
EVARISTO SA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, 17 de junho de 2024

Nesta quarta-feira (26), o dólar comercial alcançou R$ 5,52, registrando um aumento de 1,13%. Essa é a maior cotação em mais de 2 anos e 5 meses, desde 18 de janeiro de 2022, quando atingiu R$ 5,56. A alta foi influenciada pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que questionou a necessidade de cortes nos gastos públicos  em entrevista ao Uol.

Lula disse que o tema de contas públicas é mais forte no Brasil que em "qualquer outro país do mundo" e negou que o governo gaste demais ou que a dívida líquida seja alta.

Lula comparou os gastos públicos do Brasil com os de países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), mencionando que, em média, esses países gastam 113% do PIB. Ele citou exemplos como Estados Unidos (123% do PIB), China (83% do PIB), Japão (237% do PIB), França (112% do PIB) e Itália (137% do PIB), enquanto o Brasil gasta atualmente cerca de 76% do PIB.

"O Brasil é, efetivamente, 74% ou 75%. Hoje está em 76%. Está muito aquém dos gastos que os outros países fazem", declarou.

O presidente defendeu a análise criteriosa dos gastos públicos, sugerindo que é necessário investir em políticas públicas e questionando se realmente é preciso cortar despesas ou se é melhor aumentar a arrecadação. Suas declarações geraram um impacto no mercado financeiro, refletido também no aumento das taxas dos contratos de juros futuros, que chegaram a 12,23% nos contratos com vencimento em janeiro de 2032.

"O problema não é que tem que cortar [despesas]. O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação", declarou o presidente.

"O Orçamento da União é um bolo de arrecadação, você tem que distribuí-lo. Nós queremos fazer política de inclusão social que permita o crescimento das pessoas. O que nós estamos fazendo agora é uma análise de onde tem gasto exagerado, sem levar em conta o nervosismo do mercado, e sim uma política de investimento", completou.

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