O real
está entre as 10 moedas que mais perderam valor frente ao dólar
em 2024, segundo informou o levantamento da agência classificadora de risco Austin Rating, divulgado nesta quarta-feira (12).
Segundo os dados contabilizados até a última terça-feira (11), a moeda brasileira sofreu uma queda de 9,5% no ano, ocupando a sétima posição entre as que mais se desvalorizaram no período.
Ontem, o dólar fechou a R$ 5,36, registrando o maior valor desde novembro de 2022 - ao longo do dia, a moeda norte-americana chegou a bater em R$ 5,37, mas oscilou negativamente no fim da tarde.
De acordo com o levantamento da Austin Rating, a moeda da Nigéria, conhecida como naira, foi a que mais perdeu valor neste ano, com uma queda de impressionantes 42,8%.
Na sequência, aparecem as moedas de outros países africanos: Egito, Sudão do Sul e Gana. O peso argentino e o iene, do Japão, foram as outras moedas que se desvalorizaram ainda mais que o real frente ao dólar.
"Entre os países piores do que o Brasil, temos a Argentina, que vive uma crise econômica, e nações que enfrentam algum problema de confronto civil, como Nigéria, Egito, Sudão do Sul e Gana. Já o Japão tinha tido um bom desempenho, mas agora se desvalorizou por ter uma base fraca", explicou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, em entrevista ao g1.
Ranking das moedas que mais perderam valor em 2024:
1) Naira/Nigéria - 42,8%
2) Libra/Egito - 35%
3) Libra Sul Sudanesa/Sudão do Sul - 29,9%
4) Cedi Gana/Gana - 29%
5) Peso argentino/Argentina - 10,5%
6) Iene/Japão - 10,1%
7) Real/Brasil - 9,5%
8) Lira Turca/Turquia - 8,7%
9) Peso/México - 8,1%
10) Franco Suíço/Suíça - 6,8%
Motivos
O principal impulsionador do dólar são as incertezas sobre a postura do Federal Reserve (Fed) em relação aos juros dos EUA. Dados econômicos dos Estados Unidos têm sinalizado uma possível desaceleração da economia, o que leva os investidores a acreditarem que o Fed pode iniciar o ciclo de cortes nos juros em setembro.
No entanto, dados recentes indicam uma criação de empregos acima do esperado em maio, o que traz incertezas sobre a direção dos juros. Juros mais altos nos EUA favorecem o dólar, tornando os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.
Além disso, outros fatores contribuíram para a alta do dólar, como a variação de preços das commodities, o cenário da balança comercial brasileira e as incertezas sobre o quadro fiscal do Brasil.