Jena Paul Prates deixa o comando da estatal
Agência Senado
Jena Paul Prates deixa o comando da estatal

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) estão enfrentando uma forte queda nesta quarta-feira (15), após a demissão do presidente  Jean Paul Prates no dia anterior. No início do pregão, os papéis ordinários da estatal registravam uma queda de 7,04%, sendo negociados a R$ 39,91, enquanto os preferenciais apresentavam uma queda de 8,10%, cotados a R$ 37,56.

Com isso, a estatal acumula perda de R$ 35,3 bilhões em valor de mercado até às 12h desta quarta-feira (15). 

Em um comunicado enviado ao mercado, a companhia informou que recebeu do CEO uma solicitação para que o conselho de administração se reúna e avalie o término antecipado de seu mandato de forma negociada.

A Petrobras confirmou a indicação de  Magda Chambriard para o cargo. Sua nomeação será submetida aos procedimentos internos de governança corporativa, incluindo as análises de conformidade e integridade necessárias ao processo sucessório.

A saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras na terça-feira (14) resultará na sexta mudança de presidente da estatal em pouco mais de 3 anos. Desde abril de 2021, a empresa já teve Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho, Caio Paes de Andrade e Jean Paul Prates.

A substituição de Prates por Magda Chambriard, uma engenheira e ex-funcionária da estatal que comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff, é vista pelo mercado como uma mudança em direção a um perfil mais nacionalista. Prates, por sua vez, tentou equilibrar sua gestão atendendo às promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem, no entanto, alarmar investidores privados.

Interinamente, a estatal será comandada por Clarice Coppetti, graduada em Ciências Contábeis e em Ciências Econômicas e pós-graduada em Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação.

Fritura de Prates

Prates enfrentou um intenso processo de pressão nos últimos meses, especialmente após críticas por sua abstenção em uma votação sobre a proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com Lula.

A retenção foi aprovada no início de março, causando uma queda no valor de mercado da estatal. No entanto, o governo acabou revertendo sua decisão e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em uma assembleia no final de abril.

Apesar de ter conseguido "abrasileirar" o preço dos combustíveis , como prometido por Lula, Prates também foi questionado pela demora em anunciar investimentos prometidos pelo presidente, como a expansão da capacidade de refino e estaleiros.

Além disso, começou a perder apoio de sindicatos de petroleiros ligados a Lula e, em outra frente, recebeu elogios na última assembleia de acionistas do maior acionista privado da estatal, o banqueiro José João Abdalla.

Relembre os ex-presidentes da Petrobras

Caio Paes de Andrade (Jun.22 a Jan.23)

Caio Paes de Andrade, apesar da resistência interna na estatal, foi indicado por Bolsonaro para trazer uma nova dinâmica aos preços dos combustíveis no país. Sua gestão foi marcada por uma série de reduções nos preços dos combustíveis, impulsionadas pela queda nas cotações internacionais do petróleo, em meio ao processo eleitoral.

José Mauro Coelho (Abr.22 a Jun.22)

José Mauro Coelho, ex-secretário do MME sob Bolsonaro, assumiu o cargo defendendo a política de paridade dos preços dos combustíveis em relação às cotações internacionais. Durante sua gestão, o risco de desabastecimento foi um dos principais argumentos para continuar reajustando os preços.

Joaquim Silva e Luna (Abr.21 a Abr.22)

O general Joaquim Silva e Luna, segundo presidente da Petrobras sob Bolsonaro, presidia Itaipu Binacional antes de assumir o cargo. Ele manteve o programa de venda de ativos e, embora tenha reduzido a frequência de reajustes de preços dos combustíveis, foi responsável pelos aumentos em resposta à disparada das cotações internacionais.

Roberto Castello Branco (Jan.19 a Abr.21)

Roberto Castello Branco foi indicado ainda no período de transição pelo então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Defensor da privatização da estatal, aprofundou estratégias iniciadas no governo Michel Temer, como o foco no pré-sal e a venda de ativos em áreas não estratégicas.

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