Cestas básicas contarão com isenção dos futuros impostos sobre o consumo
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Cestas básicas contarão com isenção dos futuros impostos sobre o consumo

O governo apresentou na  regulamentação da Reforma Tributária uma proposta de redução no número de produtos para a cesta básica nacional, que incluirá a isenção dos futuros impostos sobre o consumo (CBS e o IBS).

"Um dos princípios norteadores para a seleção dos alimentos a serem beneficiados por alíquotas favorecidas foi a priorização dos alimentos in natura ou minimamente processados e dos ingredientes culinários, seguindo-se as recomendações de alimentação saudável e nutricionalmente adequada do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde", argumenta a proposta do governo.

Outra diretiva da proposta é o destaque na priorização dos alimentos consumidos por pessoas de menor renda, visando garantir que essas famílias recebam a maior parte dos benefícios tributários.

"Para embasar a seleção destes alimentos, foi construído um indicador que mensura a relação entre o quanto cada alimento pesa no orçamento de alimentos das famílias de baixa renda e o quanto pesa no orçamento de alimentos das demais famílias, a partir das informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE", diz o texto.

"O terceiro e último dos princípios que norteou a seleção dos alimentos foi assegurar que os alimentos da atual Cesta Básica do PIS/Cofins tenham sua tributação reduzida, com exceção daqueles de consumo muito concentrado entre os mais ricos", completa o documento.

Atual cesta básica

De acordo com o relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP), as normas atuais contemplam a desoneração de 745 alimentos diferentes inclusos nas leis de desoneração de tributos federais.

A cesta básica atual tem itens que não são necessariamente prioridades dos indivíduos de baixa renda, mas são isentos de impostos federais.  São eles:

  • Bacalhau;
  • Cogumelos e trufas;
  • Fígado de pato e de ganso ;
  • Nozes, macadâmia e tâmaras;
  • Óleo de coco;
  • Queijos como ricota e provolone;
  • Salmão.

Nova cesta básica

A cesta básica proposta pelo governo, que conta com alíquota zero, tem os seguintes itens:

  • Açúcar;
  • Arroz;
  • Café;
  • Cocos;
  • Farinha de mandioca;
  • Farinha de trigo;
  • Farinha, grumos e sêmolas, de milho, e grãos esmagados ou em flocos, de milho;
  • Feijões;
  • Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica;
  • Manteiga;
  • Margarina;
  • Massas alimentícias;
  • Óleo de soja;
  • Pão comum ;
  • Raízes e tubérculos.

Produtos com descontos de 60% no valor dos impostos

Além dos itens que terão imposto zerado, alguns terão 60% de desconto na alíquota. São eles:

  • Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos;
  • Crustáceos (exceto lagostas e lagostim);
  • Farinha, grumos e sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais;
  • Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;
  • Massas alimentícias;
  • Mate;
  • Mel natural;
  • Peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos);
  • Polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
  • Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino;
  • Sal de mesa iodado;
  • Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
  • Tapioca e seus sucedâneos.

Reforma Tributária

Na noite de ontem (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), entregou a proposta de  regulamentação da Reforma Tributária ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A proposta prevê alíquota média do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) de 26,5%, podendo ter variação entre 25,7% e 27,3%, segundo o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy.

Segundo Haddad, alguns dos benefícios são o fim da cumulatividade (cobrança em cascata) dos tributos e a não exportação de impostos.

"Mesmo com as exceções que a emenda constitucional trouxe, a alíquota pode ser reduzida [em relação a hoje]. Os investimentos no Brasil serão desonerados, as exportações serão desoneradas, os produtos mais populares, sejam alimentos, sejam produtos industrializados consumidos pelos mais pobres, terão um preço melhor", disse o ministro

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