Dólar disparou nas últimas semanas
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Dólar disparou nas últimas semanas

dólar comercial atingiu nesta terça-feira (16) a marca de R$ 5,27, encerrando com um aumento de 1,64% e alcançando sua maior cotação desde 23 de março do ano passado. Nesta quarta (17), no entanto, a moeda opera em queda de 0,74%, cotada a R$ 5,231.

Segundo Patricia Andrade de Oliveira e Silva, professora de Economia dos cursos de Administração da ESPM, o aumento na taxa de câmbio ocorre por "múltiplos fatores", entre eles, a perspectiva de juros elevados nos Estados Unidos, somada às preocupações com o equilíbrio fiscal local e as tensões no Oriente Médio .

Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, declarou que a taxa básica de juros nos Estados Unidos permanecerá elevada por mais tempo. Esta decisão desapontou o mercado, que anteriormente projetava três cortes este ano, agora reduzidos para dois, de acordo com a agência Bloomberg.

"Dada a resiliência do mercado de trabalho e o progresso até agora com a inflação, é adequado dar mais tempo para que a política restritiva trabalhe", afirmou Powell em debate no Wilson Center, em Washington.

Gabriel Meira, economista da Valor investimentos, explica que a leve baixa de hoje trata-se de uma "correção" nos preços, mas estima que a moeda seguirá sendo cotada acima de R$ 5.

"Essa fala do Powell já mostra que a queda na inflação nos Estados Unidos não tem chegado a um patamar de consenso para as autoridades monetárias e, portanto, não haverá corte, então a tendência é que a moeda americana siga forte nas próximas semanas."

Fatores internos

Durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial em Washington, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu dois terços da situação cambial no Brasil a fatores externos. Ele também reconheceu que parte da alta do dólar no país se deve à turbulência gerada pela revisão da meta fiscal , anunciada recentemente pelo governo.

Haddad defendeu a nova meta fiscal como realista e em consonância com o objetivo de estabilizar a dívida pública no longo prazo. Ele minimizou as oscilações do mercado financeiro, lembrando que o dólar já ultrapassou a marca de R$ 6 durante o governo anterior.

"É preciso explicar melhor, ao longo do tempo, o que vai acontecer com as contas públicas brasileiras", disse Haddad.

Para Patrícia Silva, da ESPM, esse não é o fator fundamental que fez a moeda americana subir nas últimas semanas, mas sim o cenário externo, marcado pelas tensões no Oriente Médio, que se intensificaram após o ataque iraniano ao território israelense .

Déficit zero

Por sua vez, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou em entrevista à GloboNews que o governo está comprometido em alcançar a meta de déficit zero, visando garantir que o Brasil não gaste mais do que arrecada.

Mesmo assim, no mercado acionário, o Ibovespa encerrou em queda pelo quinto pregão consecutivo, recuando 0,75%, e atingindo os 124.388 pontos. 

"O cenário internacional impactou o mercado de ações brasileiro, mas, além disso, trata-se de uma flutuação natural do Ibovespa, já que nosso mercado é bem volátil", comenta Patrícia.

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