As demissões voluntárias no Brasil atingiram um recorde de 7,3 milhões de pessoas em 2023, representando uma parcela de 34% dos mais de 21,5 milhões de desligamentos registrados . Esses dados foram compilados pela LCA Consultores com base nas informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Isso indica um aumento de 7,9% em relação ao ano anterior, refletindo uma tendência de crescimento observada durante a pandemia da Covid-19 no país.
Adicionalmente, a faixa etária mais comum para realizar uma demissão voluntária é a dos mais jovens, entre 18 e 24 anos, representando 39,5% do total de desligamentos. Esse padrão é seguido pelas pessoas com até 17 anos e pelos indivíduos entre 25 e 29 anos, ambos com uma proporção de 36,5% cada.
Áreas com menor grau de instrução apresentam as parcelas mais baixas de demissões voluntárias. Entre as faixas analisadas pela pesquisa, os trabalhadores com até o 5º ano incompleto registram a menor proporção, representando 24,2% do total de demissões, enquanto aqueles com 5º ano completo do ensino fundamental possuem uma fatia ligeiramente maior, atingindo 26%.
O levantamento indica uma frequência maior desse movimento entre os trabalhadores com pós-graduação completa. Dentro desse grupo, das 163,4 mil demissões registradas no ano passado, 76,6 mil foram iniciativas do próprio trabalhador, representando uma fatia de 46,9%.
A menor rotatividade entre esses profissionais pode ser explicada pela facilidade em encontrar postos de trabalho compatíveis ou até melhores do que o emprego atual. Entre os trabalhadores com doutorado, a proporção de pedidos para deixar o emprego é de 40,9%, enquanto no caso dos que possuem mestrado é de 42%, uma proporção semelhante àqueles com ensino superior completo.
Desemprego em queda
A taxa anual de empregados com carteira assinada chegou a 5,8% em 2023, totalizando 37,7 milhões de pessoas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada em janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
. Segundo o Instituto, este é o patamar mais elevado desde o início da série histórica em 2012.
Ao mesmo tempo, a pesquisa registrou um acréscimo de 5,9% no contingente de empregados sem carteira assinada no setor privado, atingindo a marca de 13,4 milhões, estabelecendo um novo recorde na série. Já a taxa anual de informalidade passou de 39,4% para 39,2% enquanto a estimativa da população desalentada diminuiu 12,4%, alcançando 3,7 milhões de pessoas.
O rendimento real habitual manteve-se estável em R$ 3.032 entre setembro e dezembro do ano passado, sem apresentar variação significativa na comparação trimestral, porém, evidenciou um aumento de 3,1% no decorrer do ano.
A massa de rendimento real habitual atingiu o recorde de R$ 301,6 bilhões em dezembro, um crescimento expressivo de 2,1% em relação ao trimestre anterior e um aumento de 5,0% na comparação anual.