A dívida pública bruta
registrou um aumento em dezembro de 2023, impulsionada por um déficit primário maior do que o previsto, conforme revelado nesta quarta-feira (07) pelo Banco Central.
A dívida fechou dezembro em 74,3%, contra 73,8% no mês anterior e 71,7% no mesmo período de 2022.
O desempenho foi o pior desde 2020, período em que foi registrado um déficit de R$ 939,95 bilhões, ajustado pela inflação. Essa marca contrasta com o superávit de R$ 54,1 bilhões, equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) , alcançado em 2022.
O governo central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central , encerrou 2023 com um déficit de R$ 230,5 bilhões (-2,12% do PIB). Esse número inclui a liquidação da dívida com precatórios.
Ao desconsiderar esse gasto, que será excluído para fins da meta estabelecida, o resultado negativo foi de R$ 138,1 bilhões (-1,3% do PIB). A equipe técnica da Fazenda tinha como meta um déficit de 1,0% do PIB para o ano.
No último mês de 2023 o setor público consolidado do Brasil apresentou um déficit primário significativo, totalizando 129,573 bilhões de reais, em comparação com o saldo negativo de 11,813 bilhões de reais registrado no mesmo período de 2022. O Banco Central destacou que esse resultado foi influenciado principalmente pelo desembolso de precatórios, totalizando 92,4 bilhões de reais.
Como resultado, o déficit primário acumulado em 2023 pelo setor público consolidado atingiu 249,124 bilhões de reais, equivalente a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB), em contraste com o superávit de 125,994 bilhões de reais (1,25% do PIB) observado em 2022, conforme informações fornecidas pelo Banco Central.
A meta fiscal revisada para 2023 permitia um déficit primário de até R$ 213,6 bilhões nas contas do Governo Central. No mais recente Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado em novembro, o Ministério do Planejamento e Orçamento projetou um resultado deficitário de R$ 177,4 bilhões para este ano, correspondendo a 1,9% do PIB.