De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira (11) pela Agência Internacional de Energia (AIE) , as economias emergentes, tendo o Brasil como líder, estão assumindo a dianteira no setor de biocombustíveis. O documento indica que o Brasil, isoladamente, contribuirá com 40% dessa expansão.
O relatório defende que o setor rodoviário é a área de transporte que mais emprega combustíveis renováveis,
correspondendo a 90% do consumo total.
“Com o apoio de políticas robustas de biocombustível, aumento da demanda de combustível para transporte e abundante potencial de matéria-prima, a previsão é de que as economias emergentes impulsionem 70% do crescimento da demanda global de biocombustível nos próximos cinco anos”, disse a agência.
“O Brasil vem se notabilizando no desenvolvimento e utilização de fontes renováveis de energia. A liderança estabelecida pelo país o coloca em condição muito favorável em relação à transição energética”, defende Pedro Luiz Cortes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP).
“É necessário que essa liderança seja bem explorada. Nós temos o benefício interno de utilizarmos muitas fontes renováveis, mas também podemos atuar como um grande player mundial no provimento de soluções e tecnologias para outros países”, complementa.
“O país tem assumido um protagonismo ambiental mundo grande no cenário mundial. Isso gera excelentes oportunidades e essa liderança no desenvolvimento e utilização de fontes renováveis gera excelentes oportunidades de negócio em um cenário de transição energética”, finaliza.
Nova legislação
Visando a transição energética, o governo submeteu ao Congresso Nacional,
em setembro de 2023, um projeto de lei que estabelece o programa "Combustível do Futuro"
. Este projeto incorpora cinco diretrizes fundamentais, todas voltadas para promover a descarbonização da matriz energética e mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
Entre as medidas propostas, destaca-se o aumento do limite legal da mistura de etanol à gasolina de 27,5% para 30%. Além disso, uma iniciativa relevante é a imposição de uma redução obrigatória de 10% nas emissões de dióxido de carbono provenientes do setor aéreo no período entre 2027 e 2037.