3 em cada 10 pessoas economizaram  para pagar contas do início do ano
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3 em cada 10 pessoas economizaram para pagar contas do início do ano

Três em cada 10 brasileiros afirmaram ter reservado dinheiro ao longo de 2023 para atenuar os impactos das despesas de 2024 , de acordo com pesquisa realizada pela fintech Koin. Do outro lado, 17% admitiram que não fizeram planejamento.

Despesas  como IPVA, IPTU, matrículas e material escolar, uniformes, além de gastos adicionais no cartão de crédito e despesas fixas, como contas básicas de água, luz, telefone, aluguel e alimentação, estão entre as preocupações financeiras.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, a educação financeira é o caminho para lidar com os gastos. "É necessário que a educação financeira seja cada vez mais incentivada. A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao seu redor", defende.

Como organizar as finanças em 2024

A aplicação da regra 50, 30, 20 auxilia na organização das finanças ao priorizar despesas cruciais e evitar o endividamento. Essa abordagem financeira é direta, dividindo o orçamento em três partes:

  • 50% para gastos fixos e essenciais;
  • 30% para despesas variáveis que podem ser cortadas em caso de necessidade;
  • 20% para investimentos ou a criação de um fundo de reserva.

O levantamento também identificou as principais formas de pagamento utilizadas pelos consumidores: 45,8% das pessoas planejam parcelar as contas para minimizar os impactos, enquanto 39,5% optam por pagamento à vista. Adicionalmente, 10,8% utilizam reservas, como poupança e investimentos, para quitar os boletos.

A pesquisa também revelou as expectativas de gastos no período de início de ano. Quase metade (45%) acredita que serão desembolsados mais de R$ 3 mil. Outros 19,8% preveem gastar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Aqueles que estimam gastar entre mil e R$ 2 mil compõem 17,5%, enquanto 8,8% planejam desembolsar entre R$ 501 e mil reais.

Lamounier também alerta para a importância de acompanhar de perto as receitas e as despesas para poder se manter sempre no azul. "Identificar os pontos de melhoria, analisar o mercado e traçar os seus objetivos é o básico para o planejamento anual, assim você estará preparado para longos períodos e evitará endividamentos", pontua.

Em entrevista para o Portal iG, Thiago Godoy, educador financeiro da Rico, defende que o primeiro passo então é fazer um raio-x completo das dívidas. "É importante que o consumidor liste todas as suas dívidas, desde empréstimos até parcelamentos, de acordo com a taxa de juros e valor pendente. Divida maior e mais cara em juros precisa ser paga primeiro", defende.

"Está cada vez mais fácil obter uma boa negociação para sanar suas dívidas. Não tenha vergonha de buscar negociar com seus credores. Muitas vezes, eles estão dispostos a discutir condições de pagamento muito mais vantajosas. Você pode tanto renegociar taxas de juros e estabelecer novos prazos pode aliviar a pressão financeira", complementa.

Inadimplência em queda

No 1º semestre de 2023, a inadimplência no Brasil teve a primeira queda no ano ao atingir 71,45 milhões de negativados, segundo os dados do mês de junho do Mapa de Inadimplência da Serasa. Em relação a maio, a redução foi de 450 mil pessoas inadimplentes no país sobre os 71,9 milhões de endividados no período (-0,63%), interrompendo assim uma sequência de aumento da inadimplência ao longo deste ano.

Ao mesmo tempo, o número total de dívidas também caiu, passando de 264,5 milhões (maio) para 262,8 milhões (junho), uma queda de -0,62%. Já o valor total de dívidas no mês passado ficou em R$ 346,3 bilhões, com um valor médio das dívidas por pessoa de R$ 4.846,15.

O total de inadimplentes corresponde a 43,78% da população adulta do país. E entre os Estados, o Rio de Janeiro é o líder, atingindo índice de 52,80%. Na sequência aparecem Amapá (52,72%), Amazonas (52,20%), Distrito Federal (52,05%) e Mato Grosso (50,33%).

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