Conforme divulgado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (19), o Banco Central projeta 3,5%, no cenário de referência, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) em 2024, dentro da meta de inflação.
Essa estimativa, previamente comunicada semana passada, é menor do que os 3,6% projetados no último encontro do Copom em novembro, porém, permanece acima do centro da meta estabelecida em 3,0%. O Copom , composto pelos diretores do BC, se reúne a cada 45 dias. A reunião cuja ata foi divulgada foi a última de 2023.
Para o ano de 2025, que também desempenha um papel relevante nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,2%, também acima da meta estabelecida para o ano. Essa estimativa coincide com a previsão do Copom de novembro.
Em relação a 2023, a projeção do Banco Central no cenário de referência é de 4,6%, um pouco abaixo da estimativa anterior do Copom (4,7%). Essa previsão fica abaixo do teto da meta de 4,75%, evitando assim o terceiro ano consecutivo de ultrapassagem do objetivo principal do Banco Central.
O Copom anunciou semana passada uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. A taxa atingiu seu menor patamar desde março de 2022, quando estava fixada em 10,75% ao ano.
Esse movimento representa o quarto corte consecutivo desde agosto do mesmo ano, quando a taxa iniciou sua trajetória de queda. A decisão foi tomada de forma unânime pelos membros do Copom, composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e oito diretores.
Quanto aos preços administrados, a ata reiterou as projeções previamente divulgadas no comunicado, que são de 9,1% para 2023, 4,5% para 2024 e 3,6% para 2025. Em comparação, as projeções de novembro eram de 9,3%, 5,0% e 3,6%, respectivamente.
O cenário de referência presume que a taxa de juros varie conforme as projeções da pesquisa Focus, com o câmbio iniciando em R$ 4,90 (valor arredondado no documento, conforme explicação do Copom ) e seguindo a evolução da Paridade do Poder de Compra (PPC).
A premissa é que o preço do barril de petróleo siga aproximadamente a curva futura de mercado nos próximos seis meses e aumente a uma taxa de 2% ao ano posteriormente. O Banco Central ainda leva em consideração a hipótese de a bandeira tarifária de energia elétrica permanecer "verde" no final de 2024 e 2025.