Conforme indicado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (19), o Banco Central analisa que as expectativas de inflação permanecem desvinculadas e constituem motivo de apreensão, sendo a evolução do mercado de trabalho e a ociosidade da economia elementos significativos para o comportamento dos preços futuros.
“A evolução prospectiva do hiato do produto e o comportamento do mercado de trabalho foram considerados muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta”, diz Copom em nota.
O Comitê ponderou sobre a incerteza relativa à desinflação em diversas economias avançadas, derivada do mercado de trabalho aquecido e do hiato do produto estreito. Este último representa o espaço disponível para o crescimento econômico até atingir sua capacidade máxima e iniciar a geração de pressões inflacionárias.
O Copom anunciou semana passada uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.
Esse movimento representa o quarto corte consecutivo desde agosto do mesmo ano, quando a taxa iniciou sua trajetória de queda. A decisão foi tomada de forma unânime pelos membros do Copom, composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e oito diretores.
A taxa de 11,75% ao ano atinge seu menor patamar desde março de 2022, quando estava fixada em 10,75% ao ano.
A taxa de desemprego no Brasil atingiu 7,6% no trimestre encerrado em outubro, conforme divulgado pelo IBGE no final de novembro. Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
No primeiro semestre
, o Brasil criou 1,023 milhão de postos de trabalho com carteira assinada, indicando uma queda de 26,25% em comparação ao período de janeiro a junho de 2022. No ano anterior, durante o mesmo período, foram geradas 1,388 milhão de vagas. Essas informações refletem o saldo líquido, ou seja, a diferença entre contratações e demissões, da geração de empregos formais.