O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu nesta quarta-feira (6) mais integração dentro dos países do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A declaração se dá em meio à cúpula do bloco, que ocorre no Rio, e após as negociações de um tratado comercial com a União Europeia (UE) atrasarem mais uma vez.
"O mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional. A densidade do comércio intrabloco é um sinal de avanço na integração. Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intrabloco", afirmou Alckmin, no discurso de abertura da 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, iniciada de manhã, no Museu do Amanhã.
Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, representou o Brasil na reunião ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ele salientou a importância do comércio dentro do Mercosul, mencionando que os países membros representam um dos principais destinos das exportações brasileiras, especialmente no setor de produtos manufaturados e semimanufaturados, essenciais para o projeto de neoindustrialização do país.
"Nossos parceiros no bloco são essenciais no projeto de neoindustrialização", disse Alckmin.
A possibilidade de adesão plena da Bolívia ao bloco foi apontada como um fator que impulsionará o comércio intrarregional, após a aprovação pelo Congresso Nacional. Alckmin ressaltou que essa integração não se limita apenas à redução de tarifas e à harmonização de sistemas, mas requer investimentos em infraestrutura, como estradas, hidrovias e ferrovias, para facilitar as trocas comerciais entre os países.
"O Congresso brasileiro acaba de aprovar a entrada da Bolívia ao bloco, o que permitirá mais comércio, mais investimento e mais desenvolvimento conjunto", afirmou Alckmin.
O vice-presidente também cobrou maior integração da infraestrutura entre os países do Mercosul, com rodovias, hidrovias e ferrovias que liguem os países e maior intercâmbio de energia elétrica:
"Tão importante quanto baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas é prover os meios físicos para garantir as trocas comerciais. É a integração real, base para o restante."
O vice-presidente celebrou o acordo comercial com Cingapura como um marco significativo para o Mercosul, sendo o primeiro tratado desse tipo em mais de uma década e o primeiro com um país asiático. Ele enfatizou que tal integração fortalecerá os laços econômicos entre o Brasil, o Mercosul e a região asiática, abrindo portas para uma maior diversificação das exportações e investimentos.
"Este será o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul em mais de 10 anos e o primeiro com um país asiático. Essa integração fortalece os laços econômicos entre o Brasil, o Mercosul e a região asiática, criando oportunidades para maior diversificação das exportações e investimentos."
Alckmin reconheceu os avanços nas negociações com a União Europeia, apesar do adiamento das discussões devido à transição de governo na Argentina. Ele destacou o compromisso de ambos os lados em buscar um entendimento equilibrado e reforçou as bases construídas nos meses anteriores de intenso engajamento.
Em suma, Alckmin enfatizou a importância de fortalecer os laços comerciais tanto dentro do Mercosul quanto com outras regiões do mundo, visando ao crescimento econômico e à diversificação dos acordos comerciais do Brasil e do bloco sul-americano.