Conforme informações divulgadas nesta sexta-sexta (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou-se um acréscimo de 0,1% na produção industrial em outubro, em comparação com setembro. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, registrou-se um aumento de 1,2%.
Os números ficaram aquém das previsões apontadas em pesquisa da Reuters, que indicava uma elevação de 0,3% na comparação mensal e de 1,3% na base anual. Ao longo do ano, a indústria nacional oscilou entre resultados positivos e negativos, mantendo-se constantemente próxima da estabilidade, à exceção de março, período em que a produção registrou um crescimento de 1,1%.
A produção cresceu apenas 0,1% de setembro até outubro, após ter ficado estável (0,0%) no mês anterior.
Em outubro, a indústria brasileira registou uma queda de 18,1% em relação ao ponto mais alto alcançado em maio de 2011, conforme revelam os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), também do IBGE.
Na categoria de bens de capital, a produção apresentava uma retração de 37% em relação ao pico registrado em abril de 2013. Os bens de consumo duráveis operavam 42,2% abaixo do ápice, ocorrido em março de 2011. Os bens intermediários apresentavam uma queda de 15,3% em relação ao auge de maio de 2011, enquanto os bens semiduráveis e não duráveis operavam em um nível 13,5% inferior ao pico registrado em junho de 2013.
Para Mauro Rochlin, economista e Coordenador Acadêmico FGV/MBA, os problemas relativos à inserção do Brasil nas cadeias globais de valor explicam esse baixo desempenho da indústria nacional. “O Brasil ainda tem uma baixíssima participação no comércio internacional como proporção do PIB. Isso sem dúvida nenhuma reflete essa baixa inserção das cadeias industriais nacionais nas cadeias globais de produção”, argumenta.
“O problema é mais estrutural. Em primeiro lugar, existe uma baixa produtividade para o setor industrial brasileiro. Além de uma produtividade que está abaixo dos seus pares emergentes. E segundo lugar, existem algumas questões que dizem respeito ao entorno do setor industrial com impacto importante. Além disso, temos visto uma certa insegurança com relação os marcos regulatórios, o que impacta alguns setores relevantes”, complementa
“Nossa chance de competir lá fora é mínima. E a chance da indústria nacional competir internamente com as importações se torna cada vez mais difícil”, conclui.