Lojas Americanas
Estefan Radovicz / Agência O Dia - 19/01/23
Lojas Americanas

Americanas divulgou nesta quinta-feira (16) o balanço financeiro de 2022 e apontou prejuízo acumulado de R$ 12,9 bilhões, o dobro se comparado ao ano anterior. Em comunicado, a empresa afirmou que os números devem-se ao fraco desempenho operacional e elevada despesa financeira.

O balanço também mostra que a companhia terminou o ano passado com patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões. 

Além de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 6,2 bilhões. 

A Americanas havia adiado a divulgação do balanço depois que estourou o escândalo do "rombo contábil" de R$ 40 bilhões . Desde então, a empresa já havia dado início ao processo de recuperação judicial. 

Em 2021, a empresa divulgou ter registrado o maior lucro da história, de R$ 731 milhões, no entanto, após apuração, foram encontradas fraudes nos dados. 

Futuro

A companhia disse que espera atingir patrimônio líquido positivo e dívida financeira bruta por volta de R$ 1,5 bilhão até o fim de 2025.

Em março, a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa, após a varejista mergulhar em uma espiral de crises por conta da descoberta de "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões. Posteriormente, provou-se que o rombo era, na verdade, de R$ 40 bilhões. 

"Será uma recuperação judicial bem complexa. Além das margens, que são extremamente baixas para a companhia, outro ponto de bastante atenção é a 'qualidade' dos credores", disse a empresa no começo deste ano — A quantia em caixa em janeiro, segundo a varejista, era de R$ 800 milhões.

Para sanar a crise, o plano da varejista incluiu aporte de R$ 10 bilhões, além de vendas de ativos, leilão reverso e conversão de dívidas em ações. Entre os bens a serem vendidos estavam aeronave avaliada em mais de R$ 40 milhões e uma rede de hortifruti.

O aporte bilionário, diz o documento, seria feito pelo trio de acionistas de referência da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.

"O plano [de recuperação], que já está em curso, promove maior assertividade nos produtos para revenda, assim como novos modelos de precificação e modulação de sortimento para ampliar as vendas no canal físico e a margem bruta da Companhia. Outros pilares importantes são a renovação das lojas físicas, a otimização dos custos de ocupação e revisão de processos para oferecer excelência na jornada dos consumidores. Além disso, a plataforma digital da Americanas terá também foco no marketplace", disse a Americanas também.

As ações da companhia caíram 91,14% desde janeiro. O que antes era R$ 9,03, passou a custar cerca de R$ 0,80 (valor dos papéis no pregão da última terça).


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