Após uma queda na produção de petróleo e gás natural em agosto, o Brasil retomou o crescimento de forma significativa em setembro, conforme indicam dados preliminares divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O pré-sal foi o grande destaque, alcançando sua terceira maior participação do ano na produção total, atingindo 77,04% em setembro. Essa marca só foi superada pelos 78,1% de fevereiro e os 77,78% de maio. Em números absolutos, a produção do pré-sal chegou a 3,594 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em setembro, representando um aumento notável de 9,54%.
Os dados da Petrobras, aproximadamente 70% do total nacional, ainda não estavam disponíveis no site da ANP até o momento da divulgação. A Petrobras planeja lançar seu Relatório de Produção após o encerramento das atividades do mercado financeiro na quinta-feira (26).
O aumento da participação do pré-sal na produção total foi impulsionado pelo crescimento na produção da região, com o volume de gás aumentando significativamente em 10,83% em comparação com agosto, atingindo 121,6 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), enquanto a produção de petróleo registrou um aumento de 9,19% na mesma comparação, alcançando 2,829 milhões de barris por dia (b/d) em setembro.
Em termos nacionais, a produção brasileira totalizou 4,665 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em setembro, indicando um aumento de 6,24% em comparação com o mês anterior. Desse total, 3,672 milhões de barris por dia (b/d) eram de petróleo, refletindo um aumento de 6,07%, enquanto a produção diária de gás natural atingiu 157,9 milhões de metros cúbicos (m³/d), representando um crescimento de 6,85%.
A Petrobras divulgou na última semana uma redução de 4,1% no preço médio da gasolina vendida às distribuidoras, que passou de R$ 2,93 para R$ 2,81. Enquanto isso, o preço do diesel teve um aumento de 6,6%, indo de R$ 3,80 para R$ 4,05.
O preço do litro da gasolina foi reduzido em R$ 0,12, representando uma queda de cerca de 4,1%, com o valor para as distribuidoras ficando em R$ 2,81.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse em evento que o Brasil vai ultrapassar a marca de 4 milhões de barris de petróleo produzido por dia (bpd) em 2025. Atualmente, o país produz em média 3,5 milhões de bpd por dia.
O Saboia afirmou que o aumento na produção não dependerá apenas do crescimento no pré-sal, mas também do processo de recuperação de campos maduros, liderado pelas petroleiras independentes. No entanto, ele alertou que será necessário explorar novas fronteiras para evitar a queda na produção nacional a partir de 2030.