O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , defendeu nesta segunda-feira (2) as medidas de aumento de receita propostas pelo Ministério da Fazenda, mas ressaltou que elas dependem de diálogo com o Congresso. Segundo ele, as propostas são necessárias para estabilidade das contas públicas.
Na última semana, em audiência no Senado, ele defendeu, por exemplo, a tributação de contas no exterior e a taxação dos "fundos para super ricos".
"Precisamos observar esses projetos que estão no Congresso, que precisam passar, porque aí traz uma arrecadação adicional e estabiliza. O que estamos olhando no médio e longo prazo é a estabilidade da trajetória da dívida", disse, em evento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam).
O governo federal projeta dívida estável em até 75% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2026.
Campos Neto também defendeu a necessidade de ampliação no corte de despesas. Ele lembra que acompanhou o tema por 15 anos, no mínimo, e presenciou “poucas vezes” reformas com corte gastos estruturais.
"Talvez reformas adicionais possam fazer esse papel de cortar gastos de forma estrutural, mas é uma equação que precisa endereçar de uma forma mais estrutural, de longo prazo", disse.
"Eu não entendo que isso (a questão fiscal) seja uma crítica ao governo, e sim ao nosso sistema. Precisamos ter esse endereçamento estrutural na parte fiscal", completou.