O economista Marcio Pochmann
assumiu nesta sexta-feira (18) a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em cerimônia realizada no Ministério do Planejamento e Orçamento, pasta ao qual o órgão é subordinado. A cerimônia contou com a presença da ministra Simone Tebet, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
A posse de Pochmann no IBGE acontece após polêmica na indicação do seu nome para o cargo. O nome do economista foi divulgado pelo governo antes mesmo de Tebet ter conhecimento da indicação de Lula, o que causou desconforto no Planalto.
Em sua fala na cerimônia desta sexta-feira, Tebet elogiou o currículo de Pochmann, deu as boas-vindas a ele e pregou pela união no governo Lula, tentando afastar rumores de que há desentendimentos entre ela e o novo presidente do IBGE.
"No Ministério do Planejamento e Orçamento ou em qualquer ministério do governo do presidente Lula, não há duas estradas, não há dois caminhos. Não há mão e contramão. Todos nós caminhamos juntos, no mesmo objetivo: colocar o pobre no orçamento, erradicar a pobreza, diminuir a desigualdade e, acima de tudo, garantir dignidade e cidadania ao povo brasileiro", discursou Tebet.
Já Pochmann rebateu críticas de que poderia ter uma gestão enviesada e prometeu "máxima qualidade e rigor técnico-científico" no IBGE. Ele também citou seus "quase 40 anos de uma vida dedicada ao conhecimento, ensino e às ações voltadas para os avanços sociais" que, segundo ele, o permitem "fazer jus à confiança e expectativa de êxito no cumprimento da preciosa incumbência de presidir o IBGE".
O discurso de Pochmann também focou em relatar a história do IBGE e criticar o baixo investimento na instituição nos últimos anos, arrancando aplausos dos servidores do órgão.
"A recuperação do IBGE é urgente e inadiável, após o vendaval tóxico e destrutível dos anos recentes que impuseram a realização do censo demográfico com atraso de dois anos e com recursos orçamentários de apenas dois terços do total que havia sido comprometido em termos reais no ano de 2010", declarou Pochmann.
O novo presidente do IBGE é economista e professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pochmann foi presidente do Instituto Lula e, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, atuou como presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele também foi presidente da Fundação Perseu Abramo de 2012 a 2020, bem como secretário municipal de São Paulo de 2001 a 2004.
Em 2012 e 2016, Pochmann disputou a prefeitura de Campinas (SP), mas perdeu as duas eleições. Em 2018, foi coordenador do programa econômico do então candidato à presidência Fernando Haddad. No ano passado, fez parte da equipe de transição do governo Lula, atuando no grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão.