Dólar oficial é congelado na Argentina
Unsplash/Alexander Grey
Dólar oficial é congelado na Argentina

Depois da vitória inesperada do candidato de extrema direita Javier Milei  nas eleições primárias da Argentina, o dólar paralelo, conhecido como dólar blue, atingiu cotação máxima, o que fez com que o  Banco Central local congelasse o câmbio oficial.

Nesta segunda-feira (15), o Banco Central argentino decidiu pela elevação de 22% do dólar oficial, que agora vale 350 pesos. De acordo com o jornal local La Nación, o câmbio estará congelado até outubro, quando acontecem as eleições oficiais no país.

Além disso, o órgão também elevou a taxa básica de juros da economia para 118% ao ano, o maior patamar em 20 anos.

Milei, candidato à presidência argentina do partido A Liberdade Avança, teve 30,06% dos votos nas prévias das eleições. Na economia, o objetivo do candidato é dolarizar o país e fechar o Banco Central. Por conta disso, sua vitória nas primárias preocupou e movimentou fortemente o mercado financeiro nesta segunda-feira. O resultado político representa uma incerteza econômica no país.

Dólar blue versus dólar oficial

Após a vitória de Milei nas primárias, o dólar blue teve alta de quase 15%, passando a ser negociado a 695 pesos nesta segunda-feira. Na conversão para a moeda brasileira, isso significa que cada real passou a valer mais de 138 pesos.

O dólar blue é uma conversão bastante utilizada na argentina, mas não é oficial. Isso significa que o Banco Central não tem controle sobre esse comércio, que é considerado paralelo. Embora a operação seja ilegal, ela é a principal referência econômica usada pelos argentinos.

Isso acontece, sobretudo, porque a Argentina tem várias cotações de dólar, utilizadas em demandas específicas com o objetivo de fugir das oscilações econômicas. Há cotações diferentes, por exemplo, para atacado, varejo, turismo, plataformas de streaming, shows de artistas internacionais e transações em criptomoedas.

Com a alta do dólar blue diante da vitória de Milei, o objetivo do Banco Central da Argentina com a elevação do dólar oficial, desvalorizando ainda mais o peso, foi tornar a cotação um pouco mais próximas das utilizadas de forma paralela, sobretudo do dólar blue, em uma tentativa de combater as conversões não oficiais.

A diminuição da diferença entre a cotação oficial e as demais cotações é também uma das exigências do Fundo Monetário Internacional,  órgão ao qual a Argentina deve cerca de US$ 44 bilhões.

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