O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , disse nesta segunda-feira (14) que "jamais" votaria pelo projeto de autonomia do Banco Central (BC) "por causa" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Eu não votaria naquela circunstância jamais para a autonomia (do BC), por causa do Bolsonaro", disse o ministro da Fazenda em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo.
Ele justificou que o ex-presidente era um "lunático" e "psicopata" e que "não aprovaria nada com Bolsonaro no Poder".
Ele também elogiou o último corte na Selic, de 0,50 ponto percentual, promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
"Se não viesse o corte de agosto, eu não sei o que nós iríamos fazer", disse Haddad, mencionando reformas propostas pelo governo e uma preocupação com a situação fiscal do País.
"Veio a desaceleração e não veio o corte de juros. Esse período de abril, maio, julho foi o momento de maior tensão com o Banco Central", afirmou o ministro da Fazenda.
Mesmo assim, ele cobrou novos cortes na taxa de juros para que se atinja o juro neutro.
"Se cortar 0,5 por reunião, quanto tempo levaremos para chegar no juro neutro, contando que temos oito reuniões por ano?", questionou, dizendo que o País ainda viverá longo processo contracionista.
Segundo Haddad, "quem ocupa cargo político precisa ter senso prático, sem estar apegado a dogmas". Ele ressaltou ainda que, como progressista e de esquerda, não acredita em um Estado que deve ou que não se importa com a dívida. "Não consigo compreender quem se diz progressista e defende ponto de vista (de dívida)", afirmou.