Seja para realizar um sonho pessoal ou para fugir do desemprego, muitos brasileiros optam por abrirem seus próprios negócios. De acordo com o Sebrae, o Brasil já tem quase 15 milhões de microempreendedores individuais (MEI). Se você é ou está pensando em se tornar uma dessas pessoas, confira a seguir dicas para organizar as finanças pessoais e jurídicas.
Antes de abrir um novo negócio, é necessário se programar financeiramente para isso, orienta a educadora financeira Luciana Ikedo. Segundo ela, é essencial projetar a a rentabilidade esperada no negócio e o fluxo de caixa (receitas e despesas) dos próximos 24 meses. Além disso, é importante garantir que você tenha como honrar os compromissos financeiros na fase inicial do negócio, ou seja, quando os gastos são elevados e os lucros ainda não começaram a entrar.
Luciana também orienta que o empreendedor tenha uma reserva de emergência pessoal robusta antes de abrir seu próprio negócio. "É muito comum que o empreendedor leve meses para conseguir fazer retiradas do negócio, e isso pode comprometer as finanças da família", explica a especialista.
Uma das grandes dúvidas de quem está abrindo seu próprio negócio é decidir quando é a hora certa de largar o emprego fixo e focar 100% do tempo na empresa própria. Do ponto de vista das finanças, Luciana afirma que o principal é analisar a rentabilidade do seu negócio. "Atualmente, com a alta taxa de juros no Brasil, a exigência de retorno mandatoriamente tem que ser superior à taxa Selic, que é considerada a taxa livre de risco", afirma. Para além das finanças, é essencial conversar com outros empresários do ramo, pesquisar sobre o mercado e identificar todos os desafios antes de largar o emprego fixo.
Um dos erros mais comuns praticados por pequenos empreendedores é misturar as contas pessoais com as contas da empresa. Luciana aconselha que, desde o começo, o empreendedor abra uma conta corrente própria da empresa, facilitando a separação. "Hoje, as contas nos bancos digitais facilitam muito a vida do empreendedor com agilidade e baixo custo", comenta Luciana. "As contas da família não podem ser pagas com o caixa da empresa, e vice-versa", completa.
Além de separar as contas pessoais e jurídicas, outra dica é organizar o caixa, tendo anotações de tudo o que entra e sai da empresa. "Procure agendar uma data mensal para fazer as transferências da empresa para a pessoa física, garantindo que seja depois do fechamento das contas. Isso ajuda o empresário a manter a disciplina contábil em relação aos apontamentos corretos e também a se policiar em relação às retiradas de forma que o empresário não 'sangre' o caixa da empresa", orienta Luciana.
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