A ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo que o governo federal estuda abrir mais oito a dez mil vagas de concursos públicos para antecipar a contratação que estava prevista para o próximo ano.
Neste ano, o governo já anunciou 8.360 vagas, que devem custar cerca de R$ 1,69 bilhão aos cofres da União anualmente. Segundo Dweck, essa antecipação precisa ser discutida com o Ministério do Planejamento e Orçamento.
Dweck lembra que os aprovados no ano que vem só assumirão em 2025, dois anos antes do fim do mandato presidencial, o que dificultaria o cumprimento de algumas promessas de campanha.
"Se o concurso for no ano que vem, a pessoa pode entrar só lá em 2025, faltando apenas dois anos para o fim desta gestão. Não está certo ainda, porque não sentei com a Simone Tebet [Planejamento], mas tento antecipar uma parte", afirma Dweck.
A ministra disse que a recomposição de pessoa em áreas sociais é um pedido do próprio presidente Lula.
"Ele [Lula] sente a falta quando pede as coisas e dizem para ele que não conseguem fazer porque falta gente. É por isso que ele fala que os ministérios estão vazios", diz ela.
Segundo ela, hoje, a administração federal conta com 80 mil pessoas a menos do que havia em 2016.
"É uma perda superior a 10%. Sabemos que não vamos recompor exatamente o quantitativo que era antes. Mas não temos esse número perfeito porque não é tão fácil assim mensurar o efeito da transformação digital. A própria área de governo digital, que funciona, é muito pequena para demanda que recebe. As pessoas não estão aguentando a carga de trabalho. A gente está aumentando essa área", declarou.
Na semana passada, o governo anunciou uma série de concursos com salários que vão de R$ 5 mil a R$ 21 mil. No ano, o total chega a 8 mil vagas abertas.