Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 06/07/2023
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira (17) o fechamento do  acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul ainda neste ano, desde que o texto final seja “equilibrado”. 

Lula está em Bruxelas , capital da Bélgica, para a cúpula Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)-UE. O encontro entre os líderes dos blocos, que reúnem 60 países, vai até terça (18).

Principal exigência do bloco europeu, a questão climática foi tratada como compromisso pelo presidente. Lula afirmou que o Brasil "vai cumprir com sua parte na questão do clima".

"Nós temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumindo antes, durante e depois de uma campanha política", disse o presidente.

No seu discurso, Lula também fez questão de pontuar que o Brasil deve ser considerado referência em crescimento sustentável.

"O Brasil voltou ao cenário internacional para contribuir no enfrentamento dos desafios do nosso planeta, como a crise das mudanças climáticas e o aumento das desigualdades. Vamos provar, como já fizemos no passado, que é possível produzir e crescer de forma sustentável e eficiente", disse.

O acordo foi selado parcialmente em 2019, mas exigências ambientais feitas pela UE foram classificadas como “ameaças” por Lula anteriormente, colocando em cheque o fechamento do acordo. 

Além disso, a possibilidade de empresas europeias participarem de licitações para compras governamentais também tem sido criticada por Lula. Segundo ele, se a medida for incluída no acordo, “matará” a pequena e média empresa nacional. 

Presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula Von der Leyen, disse que um acordo entre os dois blocos estava "ao alcance" e que os europeus queriam resolver "qualquer diferença restante o mais rápido possível."

Von der Leyen também prometeu 45 bilhões de euros em investimentos "de alta qualidade" na América Latina. Segundo ela, os investimentos ocorrerão no âmbito do Global Gateway, megaprograma do bloco europeu para ampliar sua influência no mundo.

"Sob a bandeira do Global Gateway, propomos levar à América Latina mais de 45 bilhões de euros em investimentos de alta qualidade", disse a presidente, acrescentando que "135 projetos já estão em curso, do hidrogênio verde às matérias-primas essenciais, da expansão da rede de cabos de dados à produção das mais avançadas vacinas de mRNA".

Ela declarou ainda que a UE quer se tornar "parceira de referência" da América Latina em matérias-primas críticas, como o lítio, elemento essencial para a produção de baterias elétricas.

"Diferentemente de outros investidores estrangeiros, não estamos interessados apenas em investir na pura extração de matérias-primas."

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