O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou a meta da inflação brasileira nesta quinta-feira (6). "Se a meta está errada, muda-se a meta", disse ele, em café da manhã com jornalistas.
Lula comentou o tema ao falar sobre a alta taxa de juros, a Selic, atualmente a 13,75% ao ano, uma das grandes críticas do presidente. A taxa de juros é definida pelo Banco Central a fim de perseguir a meta de inflação: quanto mais baixa a meta, mais alta precisa ser a Selic.
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Atualmente, a meta de inflação para 2023 é de 3,25% ao ano. Ela é considerada cumprida se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechar o ano dentro de uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, entre 1,75% e 4,75%.
"É humanamente inexplicável a taxa de juros de 13%, juro real [descontada a inflação] de 8,5%. Não é possível a economia funcionar, e não é o Lula que está dizendo isso. Qualquer empresário que vocês entrevistarem daqui para frente vai dizer", afirmou o presidente.
Questionado, Lula não esclareceu se pretende, de fato, mudar a meta da inflação. O governo tem poder para fazer isso, já que tem dois dos três votos no Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que define a meta.
O alto patamar da Selic tem gerado desgastes entre o governo federal e o Banco Central. Nesta quinta, Lula disse que não vai "ficar brigando" com Roberto Campos Neto, presidente da instituição.
Na quarta-feira (5), Campos Neto elogiou o novo arcabouço fiscal e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "É importante reconhecer o grande esforço que o ministro Haddad e o governo têm feito", declarou. Mais tarde, o ministro respondeu ao elogio. "Nós vamos construir a harmonia necessária para o Brasil crescer", afirmou.