O Grupo Petrópolis, dono de marcas de cervejas como Itaipava, Crystal e Petra, entrou com pedido de recuperação judicial junto à Justiça do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (27).
"A empresa adotou esse recurso, tendo como prioridade manter a sua operação e produção regulares e a preservação dos 24 mil empregos diretos e estimados 100 mil indiretos gerados", diz o Grupo, que afirma que o foco, no momento, é "garantir a manutenção da operação, a qualidade de seus produtos, o abastecimento da cadeia de distribuição e, consequentemente, sua capacidade de geração de receita, bem como honrar seus compromissos com funcionários, fornecedores e parceiros".
De acordo com a petição apresentada, a empresa tem dívidas de R$ 4,2 bilhões, sendo 48% do montante de dívidas financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.
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A crise de liquidez se estende há 18 meses e é decorrente, sobretudo, da redução de receita. Entre 2020 e 2022, o Grupo Petrópolis registrou queda de 23% na produção e de 17% na receita bruta. Na petição, a defesa da empresa também cita o aumento dos custos no setor e a alta da taxa básica de juros, a Selic, que pressionou o endividamento.
"A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial", diz um trecho da petição.
Nesta terça-feira (28), a Justiça aceitou um pedido da empresa e concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência, que determina a liberação dos recursos da compnhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa.