O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quinta-feira (23) que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% , é um 'tapa na cara" no ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Mas é um tapa na cara. Chega. Alguém quer ser maior do que o rei?", questionou. "A autoridade monetária não é maior que o Brasil e o presidente da República. O País não merece isso e muito menos Haddad."
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Guimarães defendeu ainda que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, compareça à Câmara para explicar as decisões de política monetárias, questionada pelo governo desde o início do mandato. Campos Neto tem audiência marcada para 4 de abril, no Senado.
"O presidente do Banco Central vai para todo canto debater. Vai para a Faria Lima, vai para os bancos, investidores. Ele não pode vir para o Congresso por quê?", perguntou.
Segundo o líder do governo na Câmara, a manutenção da Selic não deve atrapalhar o desenho do novo arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos. Os juros altos, no entanto, atrapalham a arrecadação, já que aumentam os gastos com juros da dívida pública.
Guimarães defendeu que o governo "não é fiscalmente irresponsável como (o ex-presidente Jair) Bolsonaro". "A autoridade monetária tem que levar em conta que não é o Deus do Brasil. Tem o programa vitorioso das urnas e isso que deve orientar. Foi uma decisão que vai no caminho oposto que Haddad está fazendo" disse.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aprovou na semana passada um requerimento para realizar uma sessão de debates com o tema "juros, inflação e crescimento". Entre os debatedores, Campos Neto e Haddad. "É o desejo de todos, inclusive do Banco Central, não tenho dúvida, que é a redução da taxa de juros no País", concluiu Pacheco.