Kennedy Alencar entrevistou Lula direto de Brasília
Divulgação/Revista Time
Kennedy Alencar entrevistou Lula direto de Brasília

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira (2) que irá recuperar a economia por meio de medidas como a reforma tributária, reajuste na tabela do  Imposto de Renda e mudança na "questão dos juros". 

"Eu quero um País com responsabilidade fiscal, econômica, política e social", afirmou, em entrevista à RedeTV. "Entre o mercado e as pessoas com fome, vou fazer a opção de tirar as pessoas da fome", comentou, adicionando que o mercado precisa entender que "já lucra demais".

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Lula prometeu se reunir com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para "cobrar" as razões de a taxa de juros (Selic) estar no patamar atual de 13,75%, fazendo do Brasil o país com o maior juro real do mundo. 

Segundo o presidente, não há razões para manter o índice tão elevado. Ele também indicou que pode reverter a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, em 2024. 

"Isso [autonomia do BC] para mim é uma bobagem. Eu fui presidente oito anos e o [Henrique] Meirelles teve toda a autonomia para fazer a política monetária que ele quis fazer. O que acontece é que a gente conversava. E o Brasil deu certo. E este país tá dando certo? Este país está crescendo? O povo tá melhorando de vida? Não", disse.

"Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o banco central independente", adicionou.

A independência do Banco Central foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro em fevereiro de 2021. Desde então os presidentes da instituição passaram a ter mandatos de 4 anos com possibilidade de reeleição. 

Os mandatos não coincidem com os do presidente da República, de forma que os governos que tomam posse tenham de conviver por mais algum tempo com autoridades monetárias indicadas pela gestão anterior.

Também nesta quinta, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a autarquia por manter os juros em 13,75% na última reunião do Copom, na quarta (1º). 

"Não há economia que resista a uma taxa de juros de 13,5%. O Brasil precisa urgente de crescimento, para gerar empregos e oportunidades. O país não pode ficar esperando que o Banco Central caia na real", publicou nas redes sociais. 

Lula também afirmou ainda na entrevista que o Brasil precisa ajudar no crescimento dos países vizinhos. "Não adianta ser rico cercado de miseráveis por todos os lados", declarou.

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