Inflação do verão: passagens, hospedagem e outros gastos encarecem preços da estação em até 16%
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Inflação do verão: passagens, hospedagem e outros gastos encarecem preços da estação em até 16%

Curtir a estação mais quente do ano está mais caro. Segundo levantamento da economista da XP, Tatiana Nogueira, os preços de produtos e serviços mais consumidos no verão avançaram 16,6% no acumulado de 2022, na comparação com 2021. O acréscimo superou a inflação medida pelo IPCA, do IBGE, que fechou 2022 em 5,8%. Os principais vilões foram passagens aéreas (23,5%), hospedagem (18,2%), pacote turístico (17,2%) e sorvete (20,1%), que registraram aumentos expressivos.

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No caso de serviços, apesar de se esperar uma alta mais branda ao longo de 2023, os preços devem continuar em patamares elevados se comparado ao ano passado. “Parte da elevação recente foi para corrigir custos represados. A passagem aérea, por exemplo, deve subir bem menos este ano do que em 2022, mas ainda fica com variação positiva”, ressalta Tatiana Nogueira.

Ainda de acordo com a economista, as companhias alegam que os cortes nos preços de querosene de aviação — foram cinco consecutivos nos últimos meses — não foram suficientes para compensar a alta do custo dos últimos dois anos. Por isso, os preços não devem cair mesmo com a demanda menor. A especialista também lembra que as empresas aéreas sofreram muito durante a pandemia, devido a medidas de restrição de mobilidade e cancelamento de viagens. “Eles ainda estão lutando para contornar os prejuízos do período”, salienta.

Contudo, aponta no horizonte uma boa notícia, mesmo que a média de aumento dos preços tenha superado a inflação de 2022, de 5,8%: a perspectiva é de queda de alguns preços nos próximos meses, especialmente em bens como ar-condicionado, ventilador e produtos para pele.

Tatiana explica que esse movimento tende a se firmar pois a demanda já deu sinais claros de desaceleração, as vendas de final de ano foram fracas e aquém do esperado pelos varejistas e, além disso, as promoções para reduzir estoques já começaram neste início do 2023.

“A demanda não cai só porque o crédito está mais caro e com o poder de compra do brasileiro diminuindo. O fato é que São Pedro deu uma ajudinha, com temperaturas mais baixas neste verão”, conclui a economista da XP.

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