Americanas anunciou rombo de R$ 20 bilhões em suas contas na última semana
Sophia Bernardes
Americanas anunciou rombo de R$ 20 bilhões em suas contas na última semana

A Americanas nomeou nesta segunda-feira (16) o diretor de Recursos Humanos, João Guerra Duarte Neto, como presidente interino na empresa. A decisão já havia sido tomada na última sexta-feira (13), mas foi comunicada ao mercado apenas hoje pela manhã.

Com a nomeação, Guerra, como é conhecido, acumulará o cargo de CEO e diretor de Relacionamento de Investidores em meio à crise da companhia varejista. Ele deve ficar no comando pelo menos até 2024, quando será realizada uma assembleia-geral da empresa.

João Guerra terá a missão de sustentar a empresa e segurar a insatisfação dos investidores após o anúncio de um rombo de R$ 20 bilhões nas contas da varejista. O caso foi descoberto na última quarta-feira (11) e provocou a renúncia do ex-presidente Sérgio Rial e do diretor de Investimentos, André Covre.

Neste fim de semana, a companhia entrou com um pedido para que a Justiça bloqueie as cobranças de dívidas da empresa. Esse é o primeiro passo para um pedido definitivo de recuperação judicial.

Investidores e diretores da Americanas acreditam que a dívida da empresa deve passar da casa dos R$ 40 bilhões. O valor exato do déficit só será conhecido em março, quando a varejista divulgará os resultados financeiros de 2022 aos investidores.

Entenda o caso

A Americanas informou na quarta-feira (11) a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões após inconsistências em lançamentos contábeis em exercício anteriores. O caso foi divulgado pela própria empresa em Fato Relevante aos investidores.

A notícia provocou a renúncia do CEO da empresa, Sérgio Rial, dez dias após assumir o cargo. O diretor de Relações com Investidores, André Covre, também foi desligado da Americanas após ser empossado no último dia 2 de janeiro.

Rial deverá colaborar de forma independente com o corpo acionário da empresa e continuará como presidente do Conselho de Administração do Santander.

Em conferência com empresas de investimento, Rial explicou que o rombo estava lançado na linha de fornecedores e não na dívida ativa da empresa. Se ajustar para a linha de endividamento, a situação financeira da Americanas poderá degringolar consideravelmente, apontam analistas.

Ao mercado, Rial previu que os erros na contabilidade são frequentes há pelo menos sete anos. Ele não justificou o motivo das inconsistências, mas o mercado acredita que a empresa não deu conta do crescimento de vendas, principalmente no e-commerce.

A Americanas ressaltou que abrirá uma investigação para averiguar o motivo das inconsistências contábeis e os responsáveis. Um conselho interno deverá tomar as rédeas do caso. Ainda não há prazo para a conclusão das investigações.

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