Durante a cerimônia da sua posse, a nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse nesta quinta-feira (12) que o banco suspenderá o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.
Segundo ela, o motivo são os juros altos da modalidade.
"Nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio Brasil por duas razões: a 1ª é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem ficará nesse cadastro. E a outra razão é que os juros consignados para essa modalidade são muito altos", disse em entrevista a jornalistas.
Na cerimônia, estiveram presentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva.
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Serrano também disse que tentará baixar os juros cobrados no empréstimo consignado.
A modalidade prevê desconto direto na folha de pagamentos do beneficiário, podendo ser dividido em até 24 vezes com juros de até 3,5% ao mês.
Serrano, no entanto, afirmou que a Caixa "não trabalha com a perspectiva" de perdoar a dívida das pessoas que já contrataram o crédito.
A presidente do banco lembrou do "Desenrola", programa do governo federal que promete renegociar dívidas por meio da própria Caixa Econômica.
“Esse desenho ainda não está pronto. Estamos discutindo várias hipóteses. Acredito, pelo ritmo que está indo, talvez até o começo de fevereiro o Ministério da Fazenda tenha um desenho disso”.
Ela ressaltou que o Ministério da Fazenda contará também com o Banco do Brasil para auxiliar no programa.
“Nós e o Banco do Brasil estamos participando de diversas reuniões que contribua no sentido de diminuir os endividados. Uma população muito grande, principalmente a que ganha menos 2 salários mínimos”, declarou.
Rita Serrano também falou sobre as denúncias de assédio envolvendo o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.
“A investigação realizada pela corregedoria do banco se encerrou e o resultado dela foi encaminhado para os órgãos devidos: Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho e Comissão de Ética Pública. O papel do banco nessa investigação se encerrou, agora nós dependemos do encaminhamento desses órgãos”, disse.
Rita Serrano
A nova presidente do banco, Rita Serrano, tem 53 anos e é funcionária de carreira da instituição financeira. Ela integra o Conselho de Administração da Caixa desde 2014.
Durante a posse, Serrano ressaltou que “resistiu ao desmantelamento do patrimônio público e a avassaladora política de assédio e medo” durante o governo Bolsonaro.
Ela também lembrou o período da pandemia de Covid-19, em que o banco foi fundamental para repassar o auxílio emergencial para os mais vulneráveis.
A nova presidente criticou tentativas de privatizar o banco. “Planejar uma nova Caixa para um novo Brasil requer que reflitamos também sobre o papel dos bancos na economia”, disse.