O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está aberto à privatização do Porto de Santos , desenhada durante sua gestão como ministro da Infraestrutura do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Não descartou, pelo contrário, abriu o diálogo", relatou o ministro ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
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A privatização do porto no modelo de venda da autoridade portuária, é prioritária para o ministro. Freitas queria licitar a medida ainda neste ano, mas adiou o projeto para maior análise da proposta.
Segundo Tarcísio de Freitas, Lula disse, não estar "preso a dogmas", relatou Tarcísio. "Ele disse que, obviamente, essa questão da privatização é um tema sensível, mas que ele também não está preso a dogmas, a conversar internamente", afirmou o ex-ministro da Infraestrutura. "Sabemos quanto o tema é sensível para eles, temos que tratar com responsabilidade".
O governador de São Paulo alegou que a venda traria R$ 20 bilhões ao estado, o que poderia ser revertido para a baixada santista.
"Porto de Santos se transformando no maior porto do hemisfério Sul, resolvendo problemas de mobilidade urbana, que são históricos da baixada, em termos de geração de emprego, possibilidade de criar porto-indústria, aproveitar áreas que são ociosas, capacitar pessoas", disse Tarcísio sobre os pontos levados a Lula.
Nas previsões feitas por Freitas quando ainda era ministro, a concessão do Porto de Santos pode gerar R$ 18,5 bilhões em melhorias e ampliação, além de R$ 2,9 bilhões para a criação de um túnel subterrâneo que ligará o porto a Guarujá.
"Além de gerar turismo, indústria, aumento de nível de renda da região. Imagina resolver o problema da travessia seca entre Santos e Guarujá", apontou Tarcísio, em referência ao projeto de túnel seco entre Santos e Guarujá que está dentro da modelagem de privatização do Porto.
A minuta da licitação já está pronta e passa por análise no Tribunal de Contas da União (TCU).
O ex-ministro disse que não se apegará ao modelo de privatização e que está aberto a ajustes, mas garante que não mexerá na mão de obra. "Não estamos mexendo na relação capital-trabalho", disse.
Tarcísio mencionou, por exemplo, a possibilidade de os trabalhadores da autoridade portuária terem mais prazo de vinculação a empresa, e participação nas ações, além da possibilidade de programas de demissão voluntária. "Estamos abertos ao diálogo, vamos trabalhar sempre olhando o que é melhor", disse.
O governo federal quer a equipe de Tarcísio, incluindo ele, no Planalto mais uma vez para apresentar para a Casa Civil e ao Ministério de Portos e Aeroportos o projeto final. "É provável que a gente faça uma apresentação em duas semanas", disse o governador, afirmando que irá a Brasília "quantas vezes for necessário" para debater o projeto. "E existe possibilidade de eles irem lá também", contou.
"O mais importante é garantir fluxo de investimentos, a modernização do porto, velocidade na dragagem de aprofundamento. Que esses recursos, na lógica do investimento cruzado, podem ser aplicados na mobilidade, túnel do maciço, ligação seca Santos-Guarujá. É o projeto mais importante da baixada santista dos últimos anos", reforçou.