O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu nesta terça-feira (3) que a isenção de impostos sobre os combustíveis foi prorrogada devido ao prazo para a posse de Jean-Paul Prates na presidência da Petrobras. A medida foi mantida em um dos primeiros decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (1º).
O texto mantém a isenção de impostos federais sobre a gasolina e etanol por mais 60 dias. Já as tributações sobre diesel e gás de cozinha foram prorrogadas até dezembro deste ano.
Em reuniões com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, Haddad sugeriu a manutenção a medida por mais 30 dias, enquanto Guedes queria manter a isenção até 31 de março. O ministro da Fazenda só mudou de ideia quando consultou Lula, que cobrou medidas para evitar a alta dos combustíveis.
"Como é muito improvável que a nova diretoria da Petrobras assuma antes de 60 dias, ficou 60 dias. Não ficou nem os 90 dias do Guedes nem os 30 dias que eu queria", contou Haddad, em entrevista ao portal Brasil 247.
O prazo é uma forma de garantir a posse de Jean-Paul Prates, indicado por Lula, para o comando da Petrobras. Senador, Prates é um dos principais defensores da mudança na política de preços da estatal.
Internamente, a equipe petista estuda formas para alterar as regras de cobrança sobre os combustíveis. Há possibilidade de retomar a composição do valor pela produção local, o que, segundo economistas, reduzia o valor dos combustíveis.
Para assumir a presidência da Petrobras, o nome de Jean-Paul Prates deve passar pelo Conselho de Administração da estatal. Se aprovado, Prates ainda deverá indicar novos conselheiros e diretores para a empresa petroleira.