Linhas de transmissão de energia em Brasília
Daniel Marenco / Agência O Globo
Linhas de transmissão de energia em Brasília

O grupo de transição de governo na área de Minas e Energia acusou nesta quinta-feira (8) o governo do presidente Jair Bolsonaro de deixar um passivo de R$ 500 bilhões a serem pagos na conta de luz dos consumidores nos próximos anos.

O valor inclui empréstimos feitos pelo setor elétrico durante a pandemia de Covid-19 e durante a crise energética de 2021, que também aumentou o uso de termelétricas. Além da conta incluída na privatização da Eletrobras, que prevê contratação obrigatória de termelétricas e de Pequenas Centras Hidrelétricas (PCHs), por meio de uma reserva de mercado nos leilões de energia.

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"Vimos que uma série de ações feitas nesse governo vai deixar uma herança para os próximos governos, que terá de ser paga pelo consumidor de energia elétrica. Tentamos somar todo esse custo a ser pago nos próximos anos e atinge R$ 500 bilhões se trouxermos tudo para hoje em termos nominais", afirmou Mauricio Tolmasquim, coordenador executivo do grupo de Minas e Energia da equipe de transição de governo, ao fazer um balanço das atividades do grupo de transição.

Tolmasquim disse ainda que essa conta foi prevista para ser repassada aos consumidores nos próximos governos por meio de um novo imposto.

"É uma questão muito grave, pois o custo de gerar energia é muito barato. Porque nossas fontes são baratas, temos bons recursos naturais, agora a tarifa que o consumidor paga é exorbitante, uma das mais caras do mundo", afirmou. "O que estamos vendo agora é mais pressão sobre as tarifas ao consumidor e temos de agir para evitar isso", completou.

Nelson Hubner, coordenador do subgrupo de energia do governo de transição, afirmou que o próximo governo tentará amenizar esse impacto, por meio da rescisão dos contratos das usinas termelétricas contratadas no leilão emergencial realizado no ano passado. Esses contratos somam R$ 39 bilhões.

O atual governo chegou a sondar essa medida, mas ainda não oficializou. O GT pede a publicação no Diário Oficial para permitir a rescisão amigável dos contratos das usinas que entraram em operação. 

Tolmasquim reforçou que o governo irá revisar a necessidade do uso de termelétricas. 

"É inaceitável, irracionalidade energética, construir usinas longe do suprimento de gás e do centro de consumo, vai construir gasodutos, linhas de transmissão caríssima", disse o coordenador do grupo.

"Isso vai passar pelo Congresso, mas acreditamos que o novo Congresso será sensível e isso e reverter esse processo danoso ao meio ambiente e ao consumidor", completou.

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