O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne nesta quinta-feira (8) com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
, para tratar a transição na pasta. Guedes já se reuniu, anteriormente, com Nelson Barbosa e Guilherme Melo, integrantes do grupo de transição para área econômica.
Segundo Fernando Haddad, o encontro durou pouco mais de uma hora e a conversa com Guedes foi "excelente", "cordial" e "educada".
"Passamos em revista vários assuntos importantes. Em uma reunião de uma hora e meia não é possível esmiuçar todos os assuntos, mas foi uma excelente reunião. Reunião muito boa, muito bem recebido. Definimos uma agenda de trabalho a partir da semana que vem", afirmou o petista.
"Uma transição natural. Normal. Quer que seja mais suave possível", completou.
Haddad disse ter ido acompanhado de outros integrantes da área econômica do PT, e que espera dar continuidade em projetos da atual gestão.
"O plano geral de voo foi tratado com ele [Guedes] tanto daquilo que ele entende que está pegando ao país, quanto aquilo que pretendemos fazer a partir do ano que vem. Uma conversa muito importante porque você garante que muitos projetos tenham continuidade", disse.
Na próxima terça-feira (13), os dois se encontram novamente para tratar do trabalho em curso nas secretarias do ministério da Economia, como Tesouro e Receita Federal.
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Haddad é o principal cotado para assumir o Ministério da Fazenda, pasta que foi aglutinada pelo "superministério" da Economia durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). O PT prevê o desmembramento da pasta em Planejamento e Fazenda, além de Indústria e Comércio.
No início do governo Bolsonaro, sob a narrativa de enxugar a máquina pública, até os Ministérios do Trabalho e da Previdência estavam sob a alçada da economia, mas foram separados posteriormente.
O PT já informou, em reuniões passadas, que a opinião do ministro será relevante para a transição.
"As informações que o ministro apresentou, e opiniões que o ministro deu, serão levadas em consideração na transição", afirmou Nelson Barbosa.
Nesta quarta (7), o próximo governo obteve a primeira vitória da gestão, com a aprovação da PEC de Transição no Senado, medida que prevê a liberação de R$ 145 bilhões para permitir R$ 600 do Bolsa Família a partir de janeiro. A PEC teve 64 votos favoráveis e 16 contrários, e agora precisa ser votada na Câmara dos Deputados.
O próximo passo é discutir um texto de reforma tributária que permita uma redefinição do arcabouço fiscal.
"Nós temos problema com o seguinte: para ter o arcabouço fiscal, nós precisamos da reforma tributária. Então, a gente precisa entender que o Brasil precisa de uma reforma tributária", disse Haddad.
Haddad na Fazenda
O principal cotado para comandar o Ministério da Fazenda em 2023 é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta (8), o nome é reprovado por 49% dos eleitores e aprovado por 36%, enquanto 14% afirmam não saber ou não responderam à pergunta da pesquisa. A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de São Paulo.
A pesquisa revelou ainda que, dentro do eleitorado do PT, Haddad tem apoio de 60%, ante rejeição de 26%. A aprovação também é elevada dentro da parcela da população que ganha até dois salários mínimos e que moram no Nordeste: 46% e 42%, respectivamente.
Entre os eleitores que têm renda superior a cinco salários mínimos, o petista tem 59% de rejeição e 28% de aprovação. Outros 13% não responderam quando perguntados.
Já entre os que votaram no presidente Jair Bolsonaro (PL), a rejeição dispara a 80%, enquanto 12% apoiam e 8% não sabem responder.