O Ministério Público (MP) solicitou nesta quarta-feira (30) que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue a diretoria da Caixa Econômica Federal por mudar os critérios de concessão do crédito consignado a beneficiários do Auxílio Brasil após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.
De acordo com o MP, a mudança nos critérios, que limitou a linha de crédito após o período eleitoral deixa evidente que o consignado do Auxílio foi uma medida "meramente eleitoral".
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"Por que uma mudança tão brusca após a derrota do candidato Jair Bolsonaro às eleições? O que mudou no período das eleições e o período em que saiu derrotado? Os fatos falam por si! Não há como negar que os indícios se escancaram aos olhos da sociedade e desse Tribunal de Contas não merecendo, mais uma vez, o arquivamento. Mais uma vez: se antes eram autorizados inúmeros consignados e com extrema agilidade, por que mudou após as eleições?", argumentou o subprocurador-geral do MP Lucas Rocha Furtado.
"Há a possibilidade de a empresa pública haver incorrido em flagrante desvio de finalidade pública, utilizando-se indevidamente de seus recursos e de sua estrutura para interferir politicamente nas eleições presidenciais, situação a demandar notoriamente a atuação do TCU", afirma Furtado.
A reportagem entrou em contato com a Caixa, que disse reiterar "o carácter técnico, bem como a regularidade do consignado no Auxílio Brasil".
"O banco destaca que a operação de crédito foi criada por lei e que a área técnica do TCU acompanha o caso desde o mês de outubro, sem ter identificado qualquer irregularidade promovida pela Caixa", afirmou o banco.