O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), sinalizou que poderá colocar a correção da tabela do Imposto de Renda ainda neste ano, se for da vontade do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi confirmada pelo deputado federal Danilo Fortes (União Brasil-CE).
A promessa foi feita durante a reunião de líderes no começo desta semana. Esse é considerado mais um aceno de Lira para movimentar o tabuleiro na busca pela reeleição para o comando da Câmara.
"Importante a agenda de colocar a necessidade da atualização da tabela do Imposto de Renda. É inadmissível que quem ganhe menos de dois salários-mínimos pague o Imposto de Renda", disse Fortes.
"Fiquei muito feliz que o meu projeto, apresentado em agosto, está colocada como uma das pautas da transição do governo atual para o novo governo. Os dois candidatos falaram disso nos debates e agora é transformar esse projeto em realidade", completou.
Em contato com o iG, uma assessora de Lira negou a promessa e disse não ter definição sobre o assunto. A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara, mas não obteve retorno.
A proposta, relatada por Fortes, era uma das principais demandas de Jair Bolsonaro (PL), mas não saiu do papel a tempo da eleição. Durante a disputa presidencial, Lula também prometeu alterar a faixa de isenção do IR e se movimenta para cumprir ainda no primeiro ano de mandato.
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A proposta prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até quatro salários mínimos, o que equivale a R$ 5,2 mil. Se aprovada, a medida provocará a renúncia de R$ 21 bilhões dos cofres públicos.
A aceleração na tramitação da proposta é mais um aceno de Lira a equipe de Lula na busca pela reeleição para o comando da Câmara. O pleito está marcado para fevereiro de 2023 e há risco de o parlamentar ficar fora dos planos petistas de apoio para a disputa.
Arthur Lira deverá se reunir com o presidente eleito, o vice e com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ainda nesta semana. No encontro, o presidente da Câmara tentará descolar sua imagem a Bolsonaro, a quem foi o maior articulador no Congresso, e fará acenos de aprovação das propostas para o governo petista ainda neste ano, como a PEC da Transição, que pretende aumentar gastos fora do teto para bancar o Auxílio Brasil de R$ 600 e manter investimentos em outros programas sociais.