O ex-presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, pediu afastamento de suas funções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para concorrer à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele ficará afastado até 20 de novembro, data do pleito para o comando do banco.
Em comunicado, Goldfajn informou que deixa o cargo temporariamente para evitar conflitos de interesses. No documento, obtido pelo jornal O Globo e confirmado pelo iG, o ex-mandatário do BC ressaltou ter aceitado o convite do governo brasileiro para a indicação.
"Nesse ínterim e enquanto o processo estiver em andamento, renunciarei às minhas responsabilidades no FMI e entrarei imediatamente em licença sem remuneração até o dia das eleições do BID em 20 de novembro de 2022, para evitar conflito de interesses real ou percebido", aponta o documento.
Ilan Goldfajn trabalha como diretor do Hemisfério Ocidental no FMI. Ele foi presidente do Banco Central entre 2016 e 2019, na gestão de Michel Temer (MDB).
O nome de Goldfajn passou a ser especulado na presidência do BID há duas semanas, após o ministro da Economia Paulo Guedes cobrar mudanças na gestão do banco. O ministro aguardou a saída oficial do economista do FMI para apresentar a candidatura dele para a presidência do banco.
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Nas últimas semanas, Guedes tem se movimentado para angariar votos ao nome de Ilan Goldfajn. Há duas semanas, o ministro brasileiro se reuniu com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e com os ministros das finanças de Argentina, Colômbia e Chile.
A cadeira presidencial do BID está vazia desde a demissão de Maurício Claver-Carone há pouco mais de um mês. Um dos maiores apoiadores do ex-presidente dos EUA Donald Trump, Claver-Carone demitido após ser acusado de manter relações afetivas com uma funcionária do banco.
Se confirmado, Ilan Goldfajn será o primeiro brasileiro a comandar o banco de fomento da América Latina. As candidaturas devem ser apresentadas até 11 de novembro e a votação está marcada para o dia 20 do mesmo mês.