Lula
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O ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (6) que, apesar da pressão de diversos setores, só indicará seu nome para o Ministério da Economia de for eleito no 2º turno. Por enquanto, o que se sabe é que o petista deseja um perfil político e "de fora" do PT. 

Empresários e representantes do mercado cobram do PT mais detalhes sobre a âncora fiscal do próximo governo, se Lula for eleito, bem como o perfil do próximo ministro da Fazenda, já que o petista pretende desmembrar o "superministério" da Economia. 

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"Primeiro eu tenho que ganhar as eleições. Quando eu ganhar as eleições eu vou montar o governo. E vou montar o governo não apenas com meu partido ou com meus aliados aqui, tem gente de fora que vai participar", disse Lula durante evento com representantes do PSD no Rio.

"Na hora de montar o governo, é como escalar uma seleção. Você vai escolher os melhores, aqueles que vão ganhar o jogo", afirmou.

Ao ser perguntado sobre possíveis nomes para a pasta, Lula reafirmou que pretende nomear alguém com perfil mais político, para atuar com desenvoltura nas negociações com o Congresso Nacional.

"Você está falando com o cidadão que já foi candidato a presidente em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Nunca ninguém me pediu para indicar ministério antes. É loucura alguém imaginar que você pode indicar um time antes. Se eu tenho dez economistas aqui e indico um, eu vou conquistar um e perder nove. Que inteligência é essa? Que loucura é essa?", disse.

O petista recebeu o apoio de alguns dos maiores economistas do país, responsáveis pela criação do Plano Real, entre eles, André Lara Resende, Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida, o que aumentou as especulações sobre o futuro ministro. 

O petista também tem o endosso público de Henrique Meirelles, ex-presidente do BC no governo Lula e ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer (MDB).

Em 2003, quando assumiu o Planalto pela primeira vez,  o petista escolheu o médico Antonio Palocci, então um político de confiança do PT, para comandar a Fazenda, mas também contou com Marcos Lisboa e Bernard Appy, economistas identificados com o campo liberal, além de Henrique Meirelles no Banco Central. 

O nome de Lula para dialogar com o mercado e elaborar o plano econômico do PT é Guilherme Mello, economista do partido. 

Ele nega que o PT queira um "cheque em branco" para comandar o país e brincou dizendo que assim como no futebol, um técnico não escala o time antes do jogo, um presidente não escala os ministros antes de ser eleito. 

"O mercado pressiona [para saber] qual a regra fiscal. Meu querido, vocês não estão incomodados com o governo que acabou com todas as regras fiscais? Vai cobrar do [atual ministro da Economia, Paulo] Guedes o orçamento secreto, o fim da regra do teto que ele mudou quatro vezes e anunciou que vai mudar uma quinta", afirmou Mello em live no canal Conexão Xangai, de economistas como Paulo Gala (economista-chefe do banco Master).

"Agora ele [mercado] quer saber qual o desenho específico da nova regra. Ele está querendo saber o desenho específico de uma política que vai ter que ser negociada [por meio de] uma PEC com o Parlamento. Então fica difícil", disse.

O partido garante que terá responsabilidade fiscal, mesmo tendo anunciado que irá acabar com a regra do teto de gastos. Com isso, teria ainda outras duas restrições, a regra de ouro (que impede endividamento para gastos correntes, como salários e aposentadorias) e a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

"Se você me perguntar como economista o que acho da LRF, acho que ela teve uma contribuição muito importante em um momento do Brasil. Tem problemas, mas teve muitos méritos. Agora, ela é uma regra ultrapassada", disse Mello.

"O mundo não usa mais regras do tipo meta de primário anual sem banda, sem ajuste e sem nada. Porque ela é uma regra pró-cíclica. Quando a economia cresce, o governo arrecada muito e pode gastar mais. Quando a economia cai, o governo deixa de arrecadar e tem que cortar gastos. E quais gastos? Investimentos", disse. "A gente vai ter que criar uma nova regra para sermos capazes de reconstruir esse país com credibilidade."

Lula é crítico do teto de gastos. Para ele, "só precisa de teto o governante ruim" que não sabe o que fazer com o dinheiro. 


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