Bolsa de Valores vê aumento de interesse de investidores após o primeiro turno
Ivonete Dainese
Bolsa de Valores vê aumento de interesse de investidores após o primeiro turno

Após a confirmação do  segundo turno para o governo do estado de São Paulo ser anunciado no último domingo (2), a Bolsa de Valores começou a apresentar um aumento nos investimentos em empresas chave do estado para as candidaturas de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). 

As ações da Sabesp, empresa de saneamento básico no estado de São Paulo, registraram alta nesta semana, após a liderança do ex-ministro da Infraestrutura na corrida para o cargo em primeiro turno. Tarcísio, em sua campanha, prometeu privatizar a companhia, e as ações da Sabesp (SBSP3) saltaram 16,94% na primeira sessão do Ibovespa em outubro, cotadas a R$ 58. Em 5 dias, a alta acumulada é de 23,01%.

Pedro Menin, sócio-fundador da empresa de investimentos Quantzed, afirma que o mercado local conta com a eleição de Tarcísio. Para o especialista, o mercado aguarda uma aprovação dos programas de privatização para estatais do estado, como a Sabesp.

A liderança de Tarcísio no primeiro turno não era prevista por pesquisas de intenção de votos. Até o fim da última semana, o petista Haddad era visto como favorito.

Assim que os resultados das urnas foram anunciados, o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou seu apoio ao candidato de Bolsonaro. O apoio inesperado de Garcia causou alguns questionamentos ao mercado financeiro, já que o tucano se posiciona contra as privatizações das estatais paulistas.

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o  perfil geral do Portal iG

"Garcia é um político bem visto pelo empresariado. Com mais de 20 anos de vida pública, apoiou essa semana tanto Bolsonaro, quanto Tarcísio", disse o especialista. "O único ponto que talvez trouxesse dúvida era que o PSDB, partido de Garcia, tem uma visão oposta [sobre a privatização de estatais como a Sabesp]".

É a primeira eleição desde a redemocratização, em 1989, que o PSDB não disputa o segundo turno em São Paulo. 

Os projetos de privatização de estatais dos candidatos pelo país animam o mercado. Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, cita exemplos de outros estados brasileiros que tiveram um aumento de investimentos após o resultado do primeiro turno.

A reeleição do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) elevou as ações da empresa de saneamento mineira Copasa (CSMG3) em 18,7%, e o Banrisul (BRSR6), com o segundo turno no Rio Grande do Sul entre Onyx Lorenzoni (PL) e o ex-governador Eduardo Leite (PSDB).

Presidenciáveis e a reação do mercado

Embora o mercado veja com bons olhos os eleitos para o Senado - considerando o  crescimento da bancada do PL de Bolsonaro - a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda cria esperanças para empresários. A possível indicação de Meirelles para o Ministério da Fazenda, recentemente, causou uma alta nos investimento em marcas como Magalu (MGLU3) e a Bolsa de Valores brasileira (B3).

Nenhum anúncio formal foi feito, e Meirelles negou a afirmação, porém o mercado financeiro se mostrou confiante que são sinais de sua próxima equipe econômica.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da plataforma Escola de Investimentos, "o mercado já prevê uma vitória de Lula. Diversos 'players' me confidenciaram que era certa a vitória talvez no primeiro turno. Com Bolsonaro mostrando força, a Bolsa deve ficar bem volátil".

Sobre o Senado, o especialista garante que as eleições deste ano estão favoráveis ao mercado. O PL, partido de Bolsonaro, elegeu oito senadores e, com isso, terá a maior bancada em 2023. O partido também elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!