Faltando apenas 20 dias para o 1º turno das eleições presidenciais e legislativas, o Censo 2022 tem sido usado por formadores de boatos nas redes sociais para causar confusão e disseminar desinformação. Uma das fake news que circula sugere que os beneficiários do Auxílio Brasil que não responderem ao questionário terão o pagamento cortado. Outra mentira que ronda as redes informa que os agentes do Censo usam celular como urna eletrônica e roubam dados para fraudar o pleito. Outro boato infundado — e recorrente — alerta para falsos agentes que entram nas casas das pessoas e anunciam assalto. Neste último caso, é distribuída uma foto falsa do "suspeito de assalto" que teria sido preso. Essa imagem é usada desde 2014 e ganhou força com o Censo 2022. Toda essa boataria foi desmentida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Cidadania e tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota, o IBGE informa que: "Não são verdadeiras as informações que vinculam o Censo 2022 ao pagamento de qualquer programa social. As informações prestadas pelos entrevistados são mantidas em completo sigilo pelo IBGE, sendo apenas utilizadas para compor estatísticas para o conjunto da sociedade".
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
De acordo com informações do Ministério da Cidadania, responsável pelo programa de transferência de renda, o benefício — que até dezembro vai pagar R$ 600 a pelo menos 20,3 milhões de pessoas — só é suspenso em caso de informações divergentes no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico), após processo que analisa a situação das famílias para definir a permanência no programa. Antes disso, porém, o beneficiário é avisado para atualizar as informações. Caso ele não preencha mais os requisitos para receber o pagamento, ele é suspenso.
Ainda conforme a Cidadania, "é importante destacar que a recusa em prestar esclarecimentos ao Censo é passível de multa e prejudica a construção de um retrato fiel do Brasil e dos brasileiros".
O Censo 2022 começou em 1º de agosto, com mais de 183 mil recenseadores, que visitarão 75 milhões de residências em 5.568 municípios do país, incluindo aldeias indígenas e quilombolas.
Segundo o IBGE, além de saber o tamanho da população — estimada, atualmente, em 215 milhões de habitantes —, o Censo vai tirar uma fotografia detalhada dos brasileiros para mostrar as principais caraterísticas socioeconômicas: idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios etc.
Áudio falso sobre roubo de digitais
Circula pelas redes sociais um áudio em que um homem diz que agentes do IBGE que trabalham no Censo questionam a intenção de voto de cidadãos e utilizam celular com urna eletrônica para roubar biometria e dados dos eleitores. O que é descartado pelo TSE.
O IBGE complementa informando que não são feitas perguntas sobre a intenção de voto das pessoas entrevistadas. O objetivo do estudo é reunir informações de quantos são e como vivem os brasileiros. A pesquisa não leva em consideração a preferência política de quem participa do levantamento.
Já o TSE informa que nenhum aplicativo de celular é capaz de substituir a urna eletrônica física, que é o único equipamento usado para registrar o voto do eleitorado. Além disso, os tribunais (Superior Eleitoral e Regionais Eleitorais) não utilizam impressões digitais coletadas por meio de smartphones. A única forma de identificação biométrica válida é aquela coletada presencialmente pela Justiça Eleitoral antes da pandemia de Covid-19 ou por órgãos públicos parceiros, como Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e institutos de identificação.
Ainda conforme o Tribunal, não há possibilidade de uma "cópia" da impressão digital pelo celular interferir na votação. Isso porque no dia da eleição é necessário que a eleitora ou eleitor coloque o dedo no terminal do mesário, que contém o leitor biométrico. Tudo é acompanhado de perto pela equipe de mesários, que passam por treinamento para detectar qualquer problema que ocorra na seção eleitoral durante as Eleições Gerais de 2022. Sendo assim, é impossível que uma pessoa se passe pela outra na hora de votar.
Canais para identificar servidores
Até o início de novembro, mais de 183 mil recenseadores, devidamente identificados, estarão nas ruas de todos os 5.570 municípios brasileiros. A missão deles é entrevistar um morador de cada domicílio do país. Ao todo, segundo o IBGE, eles visitarão 89 milhões de endereços, sendo residenciais cerca de 75 milhões.
O IBGE esclarece que toda a equipe é identificada com uniformes, crachás com QR code, para que em caso de dúvida, o cidadão faça a leitura por meio do celular e veja todas as informações sobre o representante do órgão. No crachá ainda tem o telefone 0800 que o cidadão pode ligar e tirar dúvidas.
O IBGE tem dois canais primordiais para a devida identificação de seus servidores, pesquisadores ou recenseadores: o telefone 0800 721 8181 e o site https://respondendo.ibge.gov.br/ . Os canais representam um serviço permanente do IBGE.
O síndico, o porteiro, o zelador ou o morador podem e devem entrar em contato com os canais de atendimento do instituto, que fornecem as informações necessárias sobre o recenseador presente no condomínio ou na moradia.
Passo a passo de como checar dados de agente
Pelo site Respondendo ao IBGE:
1 - O síndico, o porteiro ou o morador do domicílio deve solicitar ao recenseador o número do RG, CPF ou matrícula dele no IBGE.
2 - De posse desses dados, acessar o site https://respondendo.ibge.gov.br/
3 - No site, clicar em "Verifique a identidade do entrevistador".
4 - E digitar o número do RG, CPF ou matrícula do recenseador no IBGE, devendo receber a confirmação da identidade do recenseador.
Pelo Canal: 0800 721 8181:
1 - O síndico, o porteiro ou o morador também pode ligar, gratuitamente, para o telefone: 0800 721 8181.
2 - No menu, logo como primeira mensagem, ouvirá o seguinte: "Para confirmar a identidade do recenseador, digite 1".
3 - Quando digitar 1, será atendido por um agente do call center. Daí, basta informar a ele o número do RG, CPF ou matrícula do recenseador. E o agente telefônico fará a consulta, confirmando ou não a autenticidade da identidade.
Obs 1: A matrícula do recenseador deverá se encontrar visível no crachá do agente, que deverá estar exposto no seu colete, na parte frontal, à esquerda.