A Caixa Econômica anunciou o lançamento de novos produtos como parte da iniciativa Caixa Para Elas, voltada para o público feminino - mais resistente ao presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição. A medida tem como pano de fundo aumentar o eleitorado do candidato do PL e reverter a desvantagem nas pesquisas de intenção de voto para o seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT).
Às vésperas do pleito, o banco vai oferecer vantagens para as mulheres, como redução de taxas de juros em linhas de crédito, pausa no pagamento das prestações de empréstimos em caso de maternidade ou adoção, isenção de tarifas e investimento com rentabilidade diferenciada.
Como destacou a presidente da Caixa, Daniella Marques, durante coletiva, o banco estatal vai atuar nos pilares de prevenção, com objetivo de desenvolver ações que protejam mulheres contra a violência, empreendedorismo, e na oferta de produtos financeiros com condições especiais.
"Unimos esforços ao governo federal, através do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, para que a Caixa abraçasse a causa das mulheres. Além de ser o banco de todos os brasileiros, passasse a atuar com toda a sua potência de rede também na prevenção e no combate à violência", disse Daniella.
O banco possui 72 milhões e 900 mil clientes mulheres.
Segundo Daniella, a segmentação do Caixa Para Elas está dentro da estratégia da Caixa de deixar de ser um banco de produtos para se tornar um banco para clientes.
Para a presidente, a iniciativa possibilita ao banco aproveitar o potencial econômico que a mulher possui e que ainda não seria totalmente absorvido pelos produtos financeiros existentes no mercado. Ela também destacou que as mulheres costumam ser mais adimplentes que os homens, o que também dá maior segurança para a concessão dos benefícios.
"Estratégia de relacionamento, cada um tem a sua. Você tem hoje, entre os cinco maiores bancos do Brasil de rede, o único que tem uma mulher como presidente é a Caixa Econômica. Talvez eu tenha mais sensibilidade ao tema de mulheres. Enxergo como uma grande oportunidade para um banco social. É um canal de oportunidade enorme seja mercadológico, seja social. Com esse mundo digital, as estratégias de relacionamento estão cada vez mais segmentadas. A Caixa é um banco de todos os brasileiros. Você segmentar e fazer relacionamento direcionado amplia o seu conhecimento e assertividade em relação ao cliente", afirmou.
A presidente da Caixa destacou que o grande obstáculo para a ampliação da atuação do banco segue sendo o digital.
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"A Caixa, hoje, ainda não abre conta corrente digital. É algo que vamos investir. Uma série de investimentos em infraestrutura digital, que passa por equipamentos da rede, terminais".
Condições especiais
Entre os benefícios já disponíveis para as clientes estarão a isenção de três meses na cesta de serviços da conta correntes, isenção no aluguel da maquininha Azulzinha para faturamentos a partir de R$ 100 e LCI com rentabilidade de até 1 ponto percentual a mais do CDI.
Além disso, elas já podem ter acesso ao Seguro Vida Mulher com isenção no pagamento em caso de câncer, e indenização, em caso de câncer de mama, ovário e útero e a Previdência Vida Mulher, que oferece uma consulta ginecológica por ano e pagamento de R$ 50 mil em caso de nascimento de gêmeos ou mais filhos.
Na modalidade Pessoa Física, as clientes que contratarem o Crédito Direto Caixa (CDC) terão 5% de desconto na taxa de juros. No consórcio para veículos leves, o desconto é de 10% sobre a taxa de administração.
"A Caixa se posiciona com uma estratégia perene. Todas a mulheres terão condições diferenciadas nos produtos bancários e serviços financeiros dentro da Caixa. São diferenciais que a gente lança agora e continua lançando de forma perene", disse a vice-presidente Negócios de Varejo da Caixa, Thays Cintra.
De acordo com a vice-presidente, o banco vai reavaliar os benefícios continuamente, a depender do contexto. Mas a ideia é que esses produtos cheguem a mais mulheres da base de clientes da Caixa.
Daniella assumiu a presidência da Caixa no início de julho após o então presidente Pedro Guimarães ser afastado do cargo por denúncias de assédio por parte de funcionárias do banco.
Sobre as denúncias, ela disse que existe uma estrutura permanente realizando os trabalhos, que tabém são monitorados pelo Conselho de Administração da Caixa, do qual ela faz parte.
"O andamento dos trabalhos é sigiloso, o que não significa que não estão acontecendo e estão sendo monitorados por outros órgãos", disse Daniella, destacando que o banco vem atuando para fortalecer o compliance da instituição.