A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou o relatório "OCDE Employment Outlook 2022" nesta segunda-feira (12). Nele, a entidade alerta os países do grupo sobre a desaceleração do crescimento do mercado de trabalho e uma desvalorização dos salários em 2022.
Desde abril de 2020 foram criados cerca de 66 milhões de empregos, nove milhões a mais em relação ao número de empregos encerrados no início da pandemia de Covid-19. A taxa de desemprego das nações de dentro da OCDE se estabilizou em 4,9% em julho deste ano, 0,4 ponto percentual a menos em comparação a fevereiro de 2020.
No texto, a organização ressalta que mesmo em momento estável, os dados colhidos demonstram uma situação "preocupante" para os 38 países membros da OCDE. Hoje, há uma grande falta de profissionais ocupando empregos com salários baixos, como hotelaria e restaurantes, que registraram uma queda de interesse e níveis de criação de empregos menores durante o período anterior à pandemia.
O baixo crescimento dos salários também preocupa a organização. Os países registraram um aumento bem inferior à inflação elevada no primeiro semestre de 2022, e a previsão da OCDE é de que tais retrações continuem para o próximo ano com níveis ainda mais elevados dos registrados anteriormente.
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As áreas mais afetadas pela alta da inflação são os alimentos e o setor de energia, que representam grande parte dos gastos de famílias de baixa renda. A guerra na Ucrânia e a crise econômica mundial são alguns dos principais fatores para a crise salarial.
Em ordem, é projetado para os países membros uma contração salarial de 6,9% na Grécia, 4,5% na Espanha, 3,1% na Itália, 2,9% no Reino Unido, 2,6% na Alemanha, 2,1% no Canadá, 2% na Austrália, 1,8% na Coréia do Sul, 0,6% nos EUA e 0,3% no Japão.
O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, sugere que os governos considerem medidas temporárias para "amortecer o impacto nas famílias e empresas mais necessitadas". As consequências do aumento do custo de vida são, para Cormann, "devastadoras para as famílias modestas”. O texto também explica a necessidade de ajustes salariais para estabilizar o poder de compra daqueles que recebem um salário mínimo ou menos.