Batalha contra a inflação ainda não está ganha, diz presidente do Banco Central
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Batalha contra a inflação ainda não está ganha, diz presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (5) que a batalha contra a inflação ainda não foi vencida e que não é possível reduzir os juros neste momento, apesar da expectativa do mercado financeiro.

A taxa básica de juros Selic está em 13,75%, enquanto a inflação oficial acumulada, medida pelo IPCA, está acumulada em 10,7% em 12 meses, sendo que  caiu em julho e deve observar redução novamente em agosto.

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"A batalha contra a inflação não está ganha. O BC ainda tem trabalho a fazer. No Brasil, subimos os juros antes (que os demais países) e de forma mais forte. Houve melhora recente por medidas do governo, mas ainda existe um elemento de preocupação grande", afirmou Campos Neto na 22ª edição do Prêmio Valor 1000, promovida pelo jornal Valor Econômico.

Campos Neto disse esperar deflação por três meses seguidos, mesmo assim, a  mensagem que o BC continua passando é de que vai continuar se esforçando para fazer a inflação convergir para a meta , que é de 3,5% neste ano e 3,25% no ano que vem. 

Segundo Campos Neto, o BC rabalha com um horizonte de 12 a 18 meses para o efeito dos juros.

"Em algum momento, a gente para e espera para entender o que foi feito. A mensagem que se tem hoje é a mesma: a de que o Copom analisaria um possível ajuste final", disse, ressaltando que o cenário ainda é incentro, inclusive com a possibilidade de retomada dos impostos sobre os combustíveis. 

Os juros americanos estão num intervalo entre 2,25% e 2,50%, mas Campos Neto espera que continuem subindo e, ainda no cenário internacional, afirmou que as recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram uma revisão para baixo de quase todos os países e o Brasil é uma exceção.

Após a alta de 1,2% no PIB do 2º trimestre, o BC estima crescimento maior para o país. Ele afirmou ainda que a geração de empregos mais forte tem sido uma surpresa e a taxa de desemprego deve ficar mais próxima de 8%.

"Teremos um quadro com emprego para cima, inflação para baixo, e fiscal com números que surpreenderam para melhor", resumiu.


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