Nome é uma indicação de Bolsonaro que tenta manter a maior parte da diretoria da estatal
Luccas Florencio
Nome é uma indicação de Bolsonaro que tenta manter a maior parte da diretoria da estatal

A indicação de Paulo Palaia para o diretor-executivo de transformação digital e inovação da Petrobras é uma escolha direta do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com integrantes do governo e da estatal.

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (5) que o presidente da estatal, Caio Mário Paes de Andrade, escolheu Palaia para o cargo. Ele ainda passará por procedimentos internos de governança corporativa. Palaia trabalhou por mais de nove anos como diretor de tecnologia da Gol e agora era consultor.

De acordo com integrantes do governo, Bolsonaro tenta há mais de um ano emplacar o nome de Palaia para o cargo de diretor de tecnologia da Petrobras. Também são alvos de Bolsonaro os diretores financeiro e de relações institucionais.

O presidente já tenta nomear os diretores de Tecnologia e de Relações Institucionais desde a gestão do general Joaquim da Silva e Luna, desde o ano passado. Enquanto esteve no comando, Silva e Luna resistiu às investidas.

Silva e Luna caiu no início do ano por causa do aumento do preço dos combustíveis. Em seu lugar, foi indicado José Mauro Coelho, que foi demitido menos de dois meses depois de assumir o cargo. Para o lugar de Coelho, Bolsonaro indicou Paes de Andrade.

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A troca na diretoria de tecnologia é a primeira mudança feita na cúpula da Petrobras desde que Paes de Andrade assumiu efetivamente o cargo, no mês passado.

Com exceção da financeira, as outras diretorias não têm relação com o preço dos combustíveis. Por isso, a insistência do presidente em tirar os titulares de seus cargos desperta suspeitas em técnicos da Petrobras de que Bolsonaro esteja querendo usar a alta dos combustíveis para aparelhar politicamente a empresa.

Com a alta dos combustíveis no início deste ano — que se reverteu agora com a baixa do barril de petróleo —, Bolsonaro passou a cobrar também mudanças na diretoria de finanças. Essa diretoria decide, junto com o presidente da Petrobras e a diretoria de Refino, os valores dos combustíveis.

Esses preços precisam passar por supervisão do Conselho de Administração. No mês passado, Bolsonaro conseguiu indicar nomes aliados para o conselho da empresa.


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