Economia e futebol: como a Copa do Mundo impacta o consumo dos brasileiros
Agência Brasil/Fernando Frazão
Economia e futebol: como a Copa do Mundo impacta o consumo dos brasileiros

Vem aí a Copa do Mundo , que será realizada no final do ano, no Qatar. Junto com a competição, além das esperanças de que a seleção brasileira fature mais um título, vêm também a expectativa do comércio e serviços de aumentar os lucros durante os jogos.

Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), cerca de 60 milhões de pessoas pretendem fazer compras no comércio e no setor de serviços para o mundial de futebol, injetando R$ 20,3 bilhões na economia brasileira. Além disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima um crescimento nominal de 7,9% em relação ao faturamento de 2014, ano em que o Brasil foi sede da Copa.

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Segundo o professor de Empreendedorismo e Marketing da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Artur Motta, a Copa do Mundo é um grande evento festivo que faz com que as pessoas ampliem seu consumo, assim como durante ocasiões como as Olimpíadas, Carnaval, entre outros.

“No caso da Copa do Mundo, o evento é uma ‘paixão’ nacional e envolve uma grande mobilização popular. As pessoas decoram casas, ruas, carros e ampliam o consumo de petiscos e bebidas, reflexo da integração social nos dias de jogos. Mas há também o aumento no consumo de bens duráveis, sendo a televisão o mais icônico deles. As pessoas aproveitam a oportunidade para trocar o aparelho e obter um de maior qualidade e mais modernos”, explica o especialista.

EXPECTATIVAS PARA A ECONOMIA SÃO GRANDES

Esse ano haverá um fator ainda mais interessante: a Copa do Mundo começará em 20 de novembro e a famosa Black Friday será cinco dias depois, em 25 de novembro.

“Não será difícil ver os varejistas trabalhando com estratégias criativas para o período. Independente do setor, utilizando de criatividade, o empresário poderá aproveitar essa oportunidade. Comidas com temas dos países, acessórios de celular, unhas pintadas para os jogos... enfim, há grandes oportunidades”.

SETORES MAIS BENEFICIADOS

Na opinião de Motta, vários são os setores que se beneficiam da copa do mundo.

Os eletrodomésticos crescem muito, principalmente as televisões, mas podemos esperar também o crescimento das novas e modernas cervejeiras aumentando.

“Além desses, o varejo de vestuário também deve crescer. Além do evento social que já resulta em aquisições de novas roupas, haverá a venda de roupas temáticas com as cores do Brasil. Nesse sentido, os artigos de festa como fantasias, tintas, maquiagens, entre outros também devem ser beneficiados”.

COMO VENDER MAIS?

Para o empresário que quer pegar carona nessa época para fazer mais negócios, Motta recomenda que o varejo deve se antecipar à demanda e começar a ofertar os produtos antes do clima da Copa começar, e que é importante também criar o relacionamento com o consumidor o quanto antes.

“Com isso, ele poderá usufruir da compra por impulso e o consumidor irá lembrar dele quando pensar onde comprar os produtos. É importante recordar também que os hábitos de compra estão passando por grandes transformações. O consumidor aprendeu a utilizar canais digitais e adora comprar e receber em casa (delivery). Essa tendência também serve para os produtos e dias relacionados a Copa do Mundo”.

Como exemplos, o professor diz que o varejo pode e deve utilizar promoções criativas para atrair o consumidor:

  • . O Brasil é Hexa, compre 7 e pague 6.
  • . Aqui o barulho começa antes do jogo, em dias de jogos do Brasil, tudo com 10% de desconto.
  • . Em cada gol do Brasil, você ganha um brinde diferente.
  • . Hoje é Brasil e Alemanha, Vinhos alemães com desconto!

CONSUMIDOR, NÃO CAIA EM CILADAS!

O professor aconselha ao consumidor ficar atento para consumir de forma saudável, e não ser vítima de armadilhas.

“Aqui vale a atenção de sempre... Comparar preços, evitar as compras por impulso e pesquisar. Uma boa dica é pensar na Copa do Mundo não como um evento pontual, mas algo que ocorre a cada quatro anos. Com isso o consumidor poderá comprar coisas de melhor qualidade e guardá-las para os anos seguintes”, finaliza.

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