O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (19) o boletim "Estatísticas Monetárias e de Crédito" e revelou que a inadimplência
subiu junto com os juros no primeiro semestre do ano.
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrados por instituições financeiras no geral subiu de 33,8% em dezembro para 39% em junho, maior patamar desde abril de 2018, quando a média chegou a 40,6% ao ano.
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Para pessoas físicas, o salto foi de 45% para 51,5%, maior nível antes do registro no último mês de junho foi há dois anos. Em junho de 2019, a taxa média cobrada foi de 52,1%.
Na modalidade de crédito pessoal, os juros subiram de 32,6% ao ano na metade do ano passado para 41,4% em junho deste ano.
Já para empresas, a elevação foi mais branda, de 19,7% ao ano e chegou a 22,6% em junho, o maior nível desde novembro de 2017 quando a taxa chegou a 23%.
Nesse período, a taxa básica de juros Selic saiu de 2% para 13,75%, patamar atual.
Com os juros mais altos, saltou também o índice de pessoas que deixaram de arcar com as dívidas. Em dezembro do ano passado eram 3,1%, agora são 3,6%. O maior nível antes desse havia sido registrado em junho de 2020, quando a inadimplência chegou em 3,7%.
Antes da pandemia, ou seja, pré-programas de renegociação, a taxa costumava ficar em torno de 4%. Para empresas, a inadimplência ficou em 1,7% contra 1,5% no final de 2021 e para pessoas físicas a elevação foi de 4,4% para 5,2%.
Mesmo assim, os bancos e instituições financeiras registraram alta na busca e concessão de crédito de 27,8% na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2021. Por exemplo, em junho deste ano foram concedidos R$ 449 bilhões contra R$ 377 bilhões no mesmo mês do ano passado.
Cartão de crédito é o vilão
Em junho de 2021, as concessões de crédito no cartão foram de R$ 131,2 bilhões, neste ano somaram R$ 180 bilhões.
Para empresas, o desconto de duplicatas e recebíveis registrou R$ 75 bilhões concedidos em junho contra R$ 63,6 no mesmo mês do ano passado.